EUA anunciam novo pacote de ajuda militar de 725 milhões de dólares
O novo pacote pretende reabastecer milhares de cartuchos de munição para os sistemas de armas que a Ucrânia, incluindo munições para os sistemas avançados de foguetes de alta mobilidade, conhecidos como HIMARS e uma arma crítica.
O governo dos Estados Unidos anunciou esta sexta-feira um novo pacote de armas e outras assistências militares à Ucrânia, no valor de 725 milhões de dólares, na mesma semana em que vários aliados europeus também divulgaram ajuda militar.
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Washington apresentou um novo pacote de ajuda militar na sequência das reuniões da NATO, onde líderes de Defesa da Europa e de todo o mundo prometeram armas e sistemas de defesa aérea à Ucrânia, enquanto a Rússia intensificava o bombardeamento contra a capital Kiev e outras regiões.
De acordo com autoridades norte-americanas, não existem novas armas importantes neste pacote de ajuda, mas esta visa em grande parte reabastecer milhares de cartuchos de munição para os sistemas de armas que a Ucrânia está a utilizar com sucesso na sua contraofensiva contra a Rússia, enquanto a guerra se estende pelo seu oitavo mês.
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O novo pacote inclui munições para os sistemas avançados de foguetes de alta mobilidade, conhecidos como HIMARS, uma arma crítica que melhorou a capacidade da Ucrânia em atacar depósitos de munições, pontes e outros alvos importantes que corroem a capacidade da Rússia de reabastecer as suas tropas.
Os norte-americanos já enviaram 20 HIMARS para a Ucrânia e prometeram mais 18, a serem entregues nos próximos anos.
Desde o início da invasão russa da Ucrânia, em 24 de fevereiro, que os EUA comprometeram mais de 17.500 milhões de dólares em armas e outros equipamentos.
O novo apoio dos Estados Unidos encerra uma série de pacotes de ajuda militar anunciados esta semana pelos aliados, com novas contribuições para que a Ucrânia continue a combater a invasão russa.
Um alto funcionário da Defesa norte-americana referiu aos jornalistas no Pentágono que as necessidades imediatas da Ucrânia continuam a envolver as defesas aéreas adicionais.
A mesma fonte lembrou que recentemente, em 24 horas, a Rússia disparou mais de 80 mísseis contra alvos ucranianos e que as defesas aéreas ucranianas foram capazes de intercetar apenas cerca de metade deles.
Esta semana o governo britânico referiu que vai fornecer mísseis para os sistemas antiaéreos avançados da NASAM, que o Pentágono planeia enviar para a Ucrânia, a par de centenas de 'drones' e 18 canhões de artilharia.
A Alemanha enviou o primeiro dos quatro sistemas de defesa aérea IRIS-T prometidos, a França prometeu mais artilharia, sistemas antiaéreos e mísseis, os Países Baixos disseram que vão enviar mísseis e o Canadá planeia enviar equipamentos de inverno, câmaras de drones e comunicações por satélite.
A onda de ataques russos também representa um esforço urgente de Moscovo para recuperar o equilíbrio, já que a feroz contraofensiva da Ucrânia recuperou cidades e territórios que a Rússia tinha invadido nos primeiros dias da guerra.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,6 milhões para os países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.221 civis mortos e 9.371 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.