Ao fim de 25 dias, a capital ucraniana voltou a ser atacada, mas desta vez os drones não causaram danos de monta. Mais causou um caça russo no seu território, ao lançar por acidente um explosivo em Belgorod, tendo ferido três pessoas. Horas depois, no final da reunião do chamado grupo de contacto para a defesa da Ucrânia, que reúne ministros da Defesa de 50 países na base aérea de Ramstein, na Alemanha, os líderes da NATO e dos Estados Unidos mostraram-se confiantes de que com os compromissos alcançados pelos aliados o país sob ataque da Rússia poderá reconquistar territórios.."Os nossos esforços comuns fizeram uma enorme diferença para os defensores da Ucrânia no campo de batalha", disse no início da reunião Lloyd Austin, o secretário da Defesa dos EUA, quem lidera o grupo desde a primeira reunião, há um ano. "E eles realçam o erro de cálculo do Kremlin. Putin pensou que poderia facilmente derrubar o governo democraticamente eleito de Kiev. Pensou que o mundo em geral o deixaria escapar impune. Pensou que a nossa unidade se iria desintegrar. Mas estava errado - em cada uma das instâncias", afirmou..Antes de se reunir com os homólogos, ministra portuguesa Helena Carreiras incluída, Austin estava certo de que os resultados do encontro "colocarão as forças da Ucrânia em posição de continuar a ter sucesso no campo de batalha" e que irá "ser fornecido o que é necessário para começar" a contraofensiva ucraniana..Destacou o facto de em "apenas poucos meses", o grupo de contacto ter entregado "mais de 230 tanques, mais de 1550 veículos blindados e outros equipamentos e munições para apoiar mais de nove novas brigadas blindadas"..Posição parecida mostrou o secretário-geral da NATO, no final da reunião. "Estou confiante de que eles [ucranianos] estarão agora em condições de poder libertar ainda mais território", declarou Jens Stoltenberg, que na véspera visitara Kiev..Austin disse ainda que os tanques M1 Abrams chegarão à Alemanha nas próximas semanas para iniciar-se a formação dos militares ucranianos, o que permitirá que os carros de combate entrem ao serviço no outono. Demasiado tarde para a contraofensiva a ter lugar nas próximas semanas, mas a crer nas palavras do chefe das forças armadas dos EUA, Mark Milley, "quando for entregue irá fazer a diferença", apesar de serem apenas 31. "Sou parcial, mas acredito que o M1 é o melhor tanque do mundo", disse ao lado de Lloyd Austin..Milley disse ainda que o tema central da discussão foi "defesa aérea, defesa aérea, defesa aérea". Questionado se os Estados Unidos poderiam mudar de ideias sobre o fornecimento à Ucrânia de caças F-16, tal como o fizeram com os tanques, Milley preferiu destacar que o sistema de defesa aérea da Ucrânia estava a funcionar de forma eficaz há mais de um ano, pelo que tem mantido a força aérea russa "cautelosa". Para Milley, assegurar a eficiência da defesa do espaço aéreo ucraniano "é a coisa mais crítica neste momento"..Frustrada com UE, Ucrânia pede poder de fogo.Dos EUA veio o anúncio de mais um pacote de assistência militar, o 36.º, este no valor de 325 milhões de dólares e inclui munições adicionais para os sistemas de mísseis de artilharia móveis (HIMARS); entre outras munições, mísseis, minas antitanque. O país também recebeu baterias do sistema de defesa antiaérea Patriot..Mas os F-16 de fabrico norte-americano que o presidente Volodymyr Zelensky e a sua equipa tanto têm pedido continuam fora dos planos. "Estou certo de que teremos caças de combate modernos, com os padrões da NATO, como parte dos sistemas de defesa aérea", disse o ministro ucraniano Oleksii Reznikov, reconhecendo que levará o seu tempo..Reznikov assinou um acordo com os homólogos da Alemanha, Boris Pistorius, e da Polónia, Mariusz Blaszczak,para o estabelecimento de um centro de manutenção dos tanques Leopard 2 em Gliwice, no sul da Polónia..cesar.avo@dn.pt