Custo de vida, imigração e guerras foram as atuações mais críticas da UE para os portugueses

Custo de vida, imigração e guerras foram as atuações mais críticas da UE para os portugueses

Num inquérito a 1003 portugueses no âmbito das eleições ao Parlamento Europeu, 41% dos inquiridos dizem que a decisão sobre o partido a votar é tomada com base na informação dos programas eleitorais ou seguindo a cor política que apoiam a nível nacional. Porém, cerca de um terço não pretende ir votar.
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A inflação e o custo de vida (73%), a imigração (52%) e as guerras entre Israel e Hamas (45%) e entre Rússia e Ucrânia (36%) são os aspetos em que a atuação da União Europeia (UE) merece mais críticas em Portugal, indica um estudo levado a cabo pela Euroconsumers, entidade europeia de defesa de consumidores da qual faz parte a DECO PROteste.

Num inquérito a 1003 portugueses sobre as instituições europeias no âmbito das eleições ao Parlamento Europeu, 41% dos inquiridos dizem que a decisão sobre o partido a votar é tomada com base na informação dos programas eleitorais ou seguindo a cor política que apoiam a nível nacional. Porém, cerca de um terço dos inquiridos não pretendem ir votar.

Comparativamente com Espanha, Bélgica e Itália, países no qual foram colocadas as mesmas questões, Portugal é o que avalia mais positivamente a atuação da UE nos últimos cinco anos (39%, face à média de 26% nos outros países), especialmente durante a pandemia da Covid-19.

As maiores preocupações futuras dos inquiridos em Portugal, em que a confiança na União Europeia é baixa, são a inflação e o aumento do custo de vida (71%), a guerra na Ucrânia (60%), uma possível nova guerra mundial (56%), o conflito entre Israel e a Palestina (51%) e as alterações climáticas (49%). Já em relação a uma possível nova pandemia (41%) existe maior confiança.

Sobre a função e o modo de funcionamento da UE, apenas 24% dos portugueses mostram estar bem informados. As dúvidas mais marcantes relacionam-se com o modo como o número de deputados do Parlamento Europeu é determinado e como são eleitos, a rotatividade entre países da presidência do Conselho Europeu e a forma de aprovação das diretivas.

Sobre as ações que a UE tem vindo a tomar, o inquérito revela que os portugueses destacam como temas muito importantes a exigência que aquela tem feito às redes sociais para a proteção dos menores (80%) e medidas de cibersegurança mais restritivas que protegem os aparelhos conectados à Internet (76%). Os inquiridos lusos reconhecem ainda a ação da EU em temas como redes sociais, abolição de taxas de roaming e implementação de limites mais baixos nas emissões de dióxido de carbono pelos automóveis. Contudo, sentem que a informação é reduzida.

Os consumidores acham que a EU deve ter como prioridades, nos próximos cinco anos, temas relacionados com consumo, nomeadamente medicamentos disponíveis e a preços acessíveis, garantir que os seus atuais direitos sejam respeitados, prevenir a disseminação de informação falsa através de Inteligência Artificial, combater fraudes financeiras em linha e tornar os alimentos saudáveis e sustentáveis mais acessíveis.

O inquérito revela ainda que 83% dos portugueses consideram que a UE deve ter sempre em conta o impacto das medidas que toma nas gerações futuras e que os Estados-membros deveriam atuar considerando a Europa como um todo, e não defender apenas os interesses dos seus países.

73% dos inquiridos consideram também que as políticas verdes são importantes para o futuro dos consumidores, enquanto 68% defendem um sistema fiscal conjunto. A maioria confia ainda na Europa para resolver problemas relacionados com os consumidores, metade defende mais Europa e a mesma percentagem afirma que a UE torna a vida dos consumidores mais cara.

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