Congresso dos EUA reverte veto de Trump à política da Defesa

A poucos dias de terminar o mandato, o presidente norte-americano vê pela primeira vez um dos seus vetos ser ultrapassado por Câmara de Representantes e Senado.
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O Congresso norte-americano impôs uma derrota humilhante ao presidente Donald Trump, que a poucas semanas de terminar o mandato vê um dos seus vetos ser pela primeira vez ultrapassado. Em causa está a política de Defesa, que prevê um orçamento de 740,5 mil milhões de dólares (cerca de 610 mil milhões de euros) para o ano fiscal de 2021.

Para que um veto do presidente norte-americano seja revogado é preciso mais de dois terços dos votos, tanto na Câmara dos Representantes como no Senado. A primeira, liderada pelos democratas, tinha votado na segunda-feira: 322 votos para revogar o veto contra 87.

Esta sexta-feira, foi a vez do Senado, de maioria republicana, com 81 dos cem senadores a votarem contra Trump e só 13 a favor.

"É altura de passarmos esta lei", disse o líder da maioria republicana no Senado, Mitch McConnell, no início dos trabalhos, na sessão extraordinária dedicada apenas a este tema. "É a nossa oportunidade de lembrarmos aos bravos militares e às suas famílias que podem contar connosco", acrescentou.

O diploma da política de Defesa dos EUA, que contempla uma verba de 740 mil milhões de dólares (cerca de 601 mil milhões de euros), foi vetado por Trump na semana passada. Foi a primeira vez em 59 anos que um presidente vetou este diploma. Na altura, o presidente argumentou que o projeto de lei favorecia "a Rússia e a China".

Donald Trump vetou o diploma porque, entre outras coisas, não aplicava as restrições que exigiu para as redes sociais, como, por exemplo, o Facebook e o Twitter.

O chefe de Estado cessante alegou que as empresas que operam no ramo das redes sociais censuraram deliberadamente as publicações que fez e que, por isso, foi prejudicado durante a campanha eleitoral que ditou a vitória do democrata Joe Biden nas presidenciais.

Trump também se opõe à disposição que limita a retirada de tropas do Afeganistão e da Europa, bem como à alteração do nome de várias bases militares que homenageiam figuras proeminentes da Confederação, a fação que era contra a abolição da escravatura, durante a Guerra Civil norte-americana.

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