No evento em Lisboa a comitiva brasileira foi a maior.
No evento em Lisboa a comitiva brasileira foi a maior.Nuno Patricio

Comitiva portuguesa chega ao Web Summit Rio com 24 ‘startups’

Na comitiva estão 17 empresas que fazem parte da Unicorn Factory Lisboa. “O objetivo é fazermos iniciativas em conjunto e podermos apoiar startups brasileiras que não vêm para cá”, explica Gil Azevedo
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A comitiva portuguesa no Web Summit no Rio de Janeiro desembarca na cidade maravilhosa com 24 startups. O maior evento de inovação do mundo teve início este domingo e termina na quinta-feira, 30 de abril.

Das 24 startups, 14 fazem parte da Unicorn Factory Lisboa. Representam um total de funding de 39.66M€ e 376 colaboradores. “Para nós, esta participação tem aqui um duplo objetivo, apoiar as startups portuguesas a irem ao mercado brasileiro, conhecerem investidores, conhecerem parceiros e oportunidades de negócio”, explica ao DN Gil Azevedo, diretor executivo da Unicorn Factory Lisboa.

O responsável cita, como exemplos, entidades como o Instituto Caldeira, o Cubo e a Sai do Papel. Estas últimas estão mais focadas no mercado de São Paulo e Rio de Janeiro, respetivamente. “O objetivo é fazermos iniciativas em conjunto e podermos nós apoiar startups brasileiras que não vêm para a Europa e ajudá-las nesse processo de expansão e as outras organizações no Brasil para poderem apoiar as startups portuguesas também na sua expansão no Brasil”.

Para o especialista, estas parcerias são essenciais para ajudar a superar as dificuldades de expandir para um mercado novo e diferente. “Estas instituições têm a capacidade de apoiar startups portuguesas em fase de crescimento a ajudá-los nessa transição para conhecerem melhor o mercado brasileiro e terem acesso a contactos”, argumenta.

No caso do Brasil, o principal desafio enfrentado por portugueses é a escala. “Aqui a grande dificuldade é de facto a ligação no mercado. Portanto, quando uma startup portuguesa está habituada no mercado nacional, que é pequeno, ir ao Brasil é muito diferente. O foco e a capacidade de conseguir ganhar escala é o primeiro desafio dos portugueses no Brasil”, explica.

Segundo o diretor executivo, as empresas que vão representar Portugal na cimeira tecnológica do Rio de Janeiro são de diversas áreas, como a saúde, segurança e inteligência artificial, ginásio, recrutamento, entre outras. Na visão de Gil Azevedo, o mercado brasileiro é “muito interessante” para Portugal. “O mercado brasileiro é um mercado muito interessante para as startups portuguesas e europeias e, portanto, este Web Summit Rio permite fazer apoio nesse sentido”, analisa.

O contrário também acontece. Jorge Viana, presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), disse em entrevista ao DN que o Brasil tem muito a aprender com Portugal na área de startups. Este será um dos focos do escritório da agência em Lisboa, que já está em funcionamento na cidade.

Gil Azevedo analisa a declaração como benéfica para os dois lados do Atlântico. “Demonstra mais uma vez o potencial da ligação nos ecossistemas. É de facto uma relação que pode ser muito benéfica para ambos os países. “O mercado brasileiro, obviamente pela sua dimensão, é muito interessado nas startups portuguesas, mas o percurso também que Portugal tem feito na atração de inovação e no desenvolvimento de inovação é um ótimo caso de estudo também para o Brasil”, argumenta. Para o expert, esta sinergia pode ir além de Brasil e Portugal e expandir para os continentes. “Poder beneficiar e trabalhar em conjunto connosco para criarmos um ecossistema de base portuguesa, com uma escala que realmente tem dois povos, na Europa e na América, e portanto tem um peso bastante relevante”, considera. A comitiva da Unicorn Factory Lisboa conta com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa.

amanda.lima@dn.pt

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