Comandante da Jihad Islâmica entre cinco mortos em ataque israelita na Cisjordânia
EPA/ABEDIN TAHERKENAREH

Comandante da Jihad Islâmica entre cinco mortos em ataque israelita na Cisjordânia

Israel terá retaliado contra o Irão esta madrugada, segundo noticiaram meios de informação norte-americanos. Foram ouvidas explosões durante a madrugada em território iraniano, mas a agência de notícias iraniana IRNA informou hoje que não foram registados danos significativos.
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A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, apelou à contenção para evitar uma nova escalada no Médio Oriente.

"Temos que fazer todo o possível (para) que todas as partes se contenham na escalada naquela região", disse von der Leyen aos jornalistas durante uma visita à Finlândia. "É absolutamente necessário que a região permaneça estável e que todas as partes se abstenham de novas ações", acrescentou

Um comandante local da Jihad Islâmica foi morto na quinta-feira à noite numa operação israelita no campo de refugiados de Nur Shams, nos arredores da cidade de Tulkarem, na Cisjordânia, que também matou outros quatro palestinianos, foi hoje divulgado.

A operação das forças israelitas provocou a morte do comandante do chamado Batalhão Tulkarem da Jihad Islâmica Muhamad Jaber, conhecido como Abu Shuja, segundo confirmaram hoje fontes familiares ao portal de notícias palestiniano Sanad News.

A estação Al-Jazeera, citando fontes próprias, também noticia a morte do combatente, cujo irmão, Mahmud, morreu em dezembro num ataque também em Nur Shams.

De acordo com meios de comunicação locais citados pela agência EFE, o ataque ao campo de refugiados provocou pelo menos cinco mortos.

O serviço de emergência do Crescente Vermelho da Palestina disse que um dos feridos é um paramédico voluntário que tentava tratar uma das vítimas no campo de refugiados e informou que ambulâncias não estavam autorizadas a entrar para retirar as vítimas.

O Exército israelita, por seu lado, confirmou que as suas forças realizaram na quinta-feira à noite uma operação em Nur Shams, na qual "eliminaram vários terroristas" e procederam a detenções.

Os soldados, segundo o Exército, também encontraram explosivos e munições e revistaram vários edifícios do campo.

Quatro dos militares envolvidos na operação sofreram ferimentos leves e foram transportados para tratamento médico num hospital.

O número de mortos na Faixa de Gaza, na sequência da ofensiva lançada pelo Exército israelita contra a Faixa de Gaza desde 07 de outubro, ultrapassou os 34 mil, segundo as autoridades locais, controladas pelo grupo islamita palestiniano Hamas.

"O número de vítimas da agressão israelita aumentou para 34.012 mártires e 76.833 feridos desde 07 de outubro", indicou hoje o Ministério da Saúde da Faixa de Gaza em comunicado publicado na rede social Facebook.

O texto especifica que foram confirmados 42 mortos e 63 feridos em resultado de quatro "massacres" atribuídos às forças israelitas durante as últimas 24 horas.

O Ministério da Saúde sublinhou que numerosas vítimas ainda estão debaixo dos escombros e deitadas nas estradas, acrescentando que as ambulâncias e o pessoal da Defesa Civil não conseguem alcançá-las.

Nos seus últimos números, as autoridades da Faixa de Gaza estimam o número de pessoas desaparecidas em cerca de sete mil desde o início da ofensiva israelita.

"Pedimos aos familiares dos mártires e dos desaparecidos na guerra de Gaza que preencham os seus dados através de um registo (...) para completar todos os dados dos documentos do Ministério da Saúde", destacou o Ministério da Saúde, que disponibiliza o acesso a um documento para o efeito na sua conta no Facebook.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, condenou hoje "qualquer ato de retaliação" no Médio Oriente, num apelo para a contenção horas após Israel ter prosseguido o fogo cruzado com o Irão, lançando vários 'drones' sobre a localidade de Isfahan.

Tal como fez na quarta-feira no Conselho de Segurança, Guterres exortou ao "fim da perigosa espiral de retaliações" iniciada depois do bombardeamento do consulado iraniano em Damasco, Síria, e do subsequente lançamento de dezenas de 'drones' (aeronaves não-tripuladas) e mísseis sobre território israelita, no sábado.

O responsável máximo das Nações Unidas instou a comunidade internacional a cooperar para "impedir" uma escalada que "poderia derivar em consequências devastadoras para toda a região e além dela", segundo um comunicado hoje divulgado pelo seu porta-voz, Stéphane Dujarric.

Segundo meios de comunicação social norte-americanos, Israel disparou vários mísseis contra o Irão na província de Isfahan, no centro do país, na madrugada de hoje.

O Irão negou o ataque, começando por dizer que as defesas antiaéreas tinham abatido vários 'drones' e, mais tarde, afirmando apenas que havia "vários objetos voadores".

O Presidente iraniano, Ebrahim Raissi, falou hoje sobre a situação no Médio Oriente, mas sem referir as explosões registadas algumas horas antes no centro do país, que Teerão não relacionou com as tensões com Israel.

Dirigindo-se a várias centenas de pessoas na cidade de Damghan, no nordeste do Irão, Raissi falou brevemente sobre a situação internacional no Médio Oriente, após os ataques iranianos sem precedentes contra Israel em 13 de abril.

A operação "refletiu a nossa autoridade, a vontade férrea do nosso povo e a nossa unidade", declarou Raissi, citado pela agência francesa AFP.

"Todos os setores da população e todas as tendências políticas concordam que a operação reforçou a força e a autoridade da República Islâmica", referiu.

Raissi não fez qualquer referência às explosões que se ouviram perto da cidade de Isfahan, no centro do país, e que os meios de comunicação social citaram como sendo um ataque israelita.

A televisão estatal informou ao início da manhã de hoje que o som de "fortes explosões" foi ouvido em Isfahan, que abriga centros de produção de mísseis e instalações nucleares.

O Irão negou que tenha havido um ataque com mísseis contra o país e garantiu que as defesas aéreas derrubaram vários 'drones' (aeronaves não tripuladas).

"As informações divulgadas pelos meios de comunicação social norte-americanos não são exatas", disse o porta-voz da agência espacial iraniana, Hossein Dalirian, nas redes sociais.

Dalirian referiu que as defesas antiaéreas iranianas abateram "três micro 'drones'", mas sem dar pormenores sobre os responsáveis.

A televisão estatal destacou que os 'drones' vieram de dentro do país, algo que já aconteceu no passado.

O último caso conhecido foi em abril de 2023, quando um complexo militar foi atacado com três 'drones' em Isfahan.

Nem o Governo israelita nem os Estados Unidos reconheceram oficialmente a operação.

O comandante-chefe do exército iraniano, general Abdolrahim Mousavi, atribuiu a explosão à defesa antiaérea.

"A explosão de hoje nos céus de Isfahan está ligada ao disparo dos sistemas de defesa antiaérea contra um objeto suspeito que não causou qualquer acidente ou dano", declarou Mousavi, segundo a agência noticiosa Tasnim.

Mousavi disse que os técnicos estão a avaliar "a extensão do problema" e prometeu que os resultados da investigação serão divulgados.

"Já se viu a reação do Irão", disse o comandante sobre uma possível nova retaliação iraniana, referindo-se ao ataque de Teerão contra Israel de 13 de abril.

A Rússia apelou hoje a todas as partes "para terem contenção" e evitar "uma escalada" do conflito, na sequência de explosões no Irão atribuídas por alguns a um ataque Israel, mas que Moscovo se absteve de nomear responsáveis.

"Continuamos a encorajar as partes a exercerem contenção e a absterem-se de qualquer ação que possa provocar uma nova escalada numa região tão sensível", disse o porta-voz da presidência russa (Kremlin), Dmitri Peskov.

Considerou que é ainda "muito cedo" para comentar qualquer responsabilidade potencial, sobretudo porque não foi feita, até ao momento, qualquer declaração oficial por Israel.

O Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) pediu hoje aos israelitas e iranianos que reduzam as tensões após os alegados ataques de Israel ao Irão num momento "extremamente precário" no Médio Oriente.

"Ainda é difícil obter informações exatas (sobre os alegados ataques israelitas hoje ao Irão), mas instamos as partes a tomarem medidas para acalmar a situação", disse o porta-voz do Escritório da ONU, Jeremy Laurence, numa conferência de imprensa.

A fonte oficial apelou ainda aos outros Estados com influência sobre os dois países "que façam todo o possível para que não haja agravamento de uma situação, que já é extremamente precária".

Laurence acrescentou que o Alto-Comissáriado da ONU para os Direitos Humanos, liderado por Volker Türk, "está profundamente preocupado com os custos humanitários e de direitos humanos que esta escalada poderá ter se transformar-se num conflito mais amplo no Médio Oriente".

O Exército iraniano não esclarece se Teerão vai responder ao alegado ataque de Israel contra Isfahan, centro do Irão indicando apenas que os sistemas de defesa neutralizaram "micro 'drones'".  

"Graças à nossa vigilância, os objetos voadores foram atingidos", disse o comandante-chefe do exército iraniano, major-general Abdul Rahim Mousavi, à agência de notícias de defesa iraniana Defa Press.

Questionado sobre se o Irão vai responder a esta agressão, Mousavi afirmou que a resposta de Teerão "já foi vista", numa aparente referência ao ataque de sábado passado contra Israel.

As autoridades militares iranianas confirmaram que o ataque com 'drones' ocorreu hoje contra a província de Isfahan, centro do Irão, onde se encontram centros de produção de mísseis e instalações nucleares.

"O som [das explosões] está relacionado com disparos de sistemas de defesa em Isfahan", disse o comandante do exército iraniano na província de Isfahan, Siavosh Mihan-Dust, depois de a televisão estatal iraniana ter noticiado que tinham sido ouvidas "fortes explosões" na província.

"Não registámos quaisquer danos ou acidentes", acrescentou.

Uma fonte oficial israelita disse ao jornal norte-americano Washington Post que o ataque aéreo que o Exército levou a cabo no interior do Irão em represália pelo bombardeamento iraniano contra Israel.

As autoridades militares iranianas indicaram esta sexta-feira que os sistemas de defesa do país "dispararam contra objetos suspeitos" que não causaram danos, no meio de especulações sobre um possível ataque de mísseis israelitas.

"O som [de explosões] está relacionado com o disparo dos sistemas de defesa de Isfahan", disse o comandante do exército iraniano na província de Isfahan, Siavosh Mihan-Dust, à televisão estatal iraniana.

"Não sofremos danos nem houve acidentes", acrescentou.

A televisão estatal informou ao início da manhã de hoje que o som de "fortes explosões" foi ouvido na província central de Isfahan, que abriga centros de produção de mísseis e instalações nucleares.

O Irão negou que tenha havido um ataque com mísseis contra o país e garantiu que as suas defesas aéreas derrubaram vários 'drones'.

"Não há relatos de um ataque com mísseis por enquanto", disse o porta-voz da Agência Espacial Iraniana, Hossein Dalirian, na rede social X (antigo Twitter). Indicou que as defesas aéreas do país abateram "três micro 'drones'".

Hossein Dalirian parece, aliás, ironizar com a situação, o alegado ataque israelita, na mensagem que publicou nas redes sociais.

"Os meios de comunicação social norte-americanos sonharam que Israel atacou o Irão", declarou o responsável iraniano, referindo "um ataque falhado com uns quadricópteros". Para Darilian, "abater uns passarinhos, não é considerado um ataque em lado nenhum do mundo". 

Escreveu, mais tarde, que a Defesa aérea do Irão "abateu 3 micro pássaros". 

A televisão estatal destacou que os 'drones' vieram de dentro do país, algo que já aconteceu no passado.

Não se registaram danos nas instalações nucleares iranianas após as explosões de sexta-feira no centro do Irão, que foram descritas como ataques de vingança israelitas, afirmou a Agência Internacional de Energia Atómica (IAEA, na siga em inglês).

"A IAEA pode confirmar que não há danos nas instalações nucleares iranianas", declarou a agência com sede em Viena, apelando à "extrema contenção de todos" e acrescentando que "as instalações nucleares nunca devem ser um alvo em conflitos militares".

 Agência Internacional de Energia Atómica "está a acompanhar a situação de perto".

Vários países, entre os quais a França, Reino Unido e a Itália, pediram hoje a desescalada do conflito e contenção a Israel e ao Irão, após informações divulgadas sobre um alegado ataque israelita contra o território iraniano.

"A posição da França é apelar a todos os parceiros da região ao desanuviamento e à contenção", declarou o ministro francês para a Europa, Jean-Noël Barrot, à Rádio Sud, após informações sobre o suposto ataque israelita contra o Irão.

"É sem dúvida um pouco cedo para poder comentar o que aconteceu na noite de ontem [quinta-feira]", acrescentou Barrot, sublinhando que o Presidente francês, Emmanuel Macron, falará "no devido tempo".

O chefe da diplomacia italiana, Antonio Tajani, que preside uma reunião dos seus homólogos do G7 em Capri, apelou também hoje ao controlo da situação.

"Pedimos a todos que sejam cautelosos e evitem a escalada. O G7 quer uma desescalada absoluta numa região dominada por graves tensões", declarou o ministro italiano na televisão pública RAI.

"Como Governo, reconhecemos muito claramente que Israel tem o direito de se defender. Na verdade, juntámo-nos a outros para fazer exatamente isso quando o Irão realizou um ataque muito significativo contra Israel no fim de semana passado", declarou ministra do Trabalho e Pensões britânica, Mel Stride, à rádio Times.

"No entanto, ao mesmo tempo, instamos os nossos aliados israelitas e outros na região a trabalharem arduamente na contenção do conflito, acrescentou Stride.

"Essa é a mensagem importante que temos por enquanto, mas obviamente temos que esperar e ver como os eventos se desenrolam e o que exatamente aconteceu", referiu a responsável britânica.

"A China tomou conhecimento destas notícias da imprensa. Opõe-se a qualquer ação que possa levar a uma escalada de tensões", disse Lin Jian, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, numa conferência de imprensa.

O sultanato de Omã "condena o ataque israelita a Isfahan, na República Islâmica do Irão, bem como a repetida agressão militar de Israel na região", disse um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Omã num comunicado de imprensa publicado na rede social X.

Israel atacou uma posição do exército sírio no sul do país, disseram o governo da Síria e um observador, enquanto a comunicação social dos EUA informava que Israel tinha atingido o Irão, avança a AFP.

Num comunicado, o Ministério da Defesa da Síria disse que "o inimigo israelita realizou um ataque com mísseis... visando os nossos locais de defesa aérea na região sul" e causando danos materiais.

"Os ataques israelitas visaram uma posição de radar do exército sírio entre as províncias de Sueida e Dera", disse Rami Abdel Rahman, diretor da organização não-governamental Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), sediado no Reino Unido e com uma rede de informadores no terreno.

O ataque aéreo que Israel lançou na madrugada desta sexta-feira contra o Irão pretendeu demonstrar a Teerão que os israelitas têm capacidade para chegar ao centro do país persa com as suas armas, noticiou hoje o The Washington Post.

O jornal norte-americano revelou que uma fonte oficial israelita confirmou o ataque aéreo no interior do Irão, em retaliação ao bombardeamento iraniano contra Israel entre a noite de sábado e a madrugada de domingo.

A fonte, que não quis ser identificada, disse que não foi determinado se o ataque causou danos.

No entanto, especificou que a ofensiva pretendia demonstrar ao Irão que Israel tinha capacidade para atacar o interior do país.

Embora vários meios de comunicação norte-americanos tenham confirmado o ataque israelita, até agora, nem o Governo daquele país nem o Pentágono reconheceram oficialmente a operação.

O Irão ativou as suas defesas, afirmando apenas que tinham ocorrido explosões na cidade central de Isfahan, mas que as instalações nucleares iranianas eram seguras.

A Agência Espacial Iraniana também negou um ataque com mísseis, contrariando a informação dos Estados Unidos de que Israel tinha lançado projéteis contra solo iraniano.

No meio da discussão sobre o que terá efetivamente acontecido, as autoridades da aviação iranianas suspenderam inicialmente os voos em pelo menos três cidades do país, incluindo Teerão e o seu aeroporto internacional, embora horas depois tenham decidido retomá-los.

O ataque israelita foi noticiado inicialmente pela cadeia de televisão norte-americana ABC News, citando um responsável dos Estados Unidos.

Bom dia

Iniciamos aqui o acompanhamento da situção no Médio Oriente, depois de informações de que Israel terá atacado o Irão durante esta madrugada.

Leia mais aqui:

A embaixada dos EUA em Israel pediu esta sexta-feira aos seus funcionários e respetivas famílias para restringirem os movimentos após relatos de que Israel conduziu um ataque em território iraniano.

"A embaixada dos EUA em Israel informou que os seus funcionários e familiares devem restringir as suas deslocações fora da área da grande Telavive, bem como das áreas de Jerusalém e Beersheva, "até nova ordem".

Devido a um ambiente de segurança "complexo" que "pode mudar rapidamente", a embaixada "pode ainda restringir ou proibir" as pessoas em causa de viajar para partes de Israel, para a Cidade Velha de Jerusalém e para a Cisjordânia ocupada, lê-se no aviso.

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