Coligação é aprovada em Israel. Um voto afastou Netanyahu

Os deputados israelitas aprovaram com 60 votos a favor, uma abstenção e 59 votos contra o chamado governo da mudança composto por oito partidos. Netanyahu promete lutar todos os dias contra o governo e promete voltar.

Benjamin Netanyahu deixa hoje de ser o primeiro-ministro de Israel, na sequência do voto favorável, no Knesset, da coligação de oito partidos. Segundo o acordo de governo, o novo chefe do governo é Naftali Bennett, do pequeno partido ultranacionalista Yamina, que cederá o lugar passados dois anos a Yair Lapid, o líder do segundo partido mais votado nas últimas eleições, o centrista Yesh Atid.

"Orgulho-me de estar sentado com pessoas com quem tenho opiniões muito diferentes. Decidimos assumir a responsabilidade", disse Bennett durante a sessão, enquanto alguns deputados das formações da direita, o brindaram com "mentiroso" e "vergonha".

A passagem do acordo foi à tangente, com 60 votos favoráveis, 59 contra e uma abstenção e marca o fim de dois anos de impasse político e quatro eleições. Um desses votos favoráveis foi exercido deitado: a trabalhista Emilie Moatti, com uma doença na coluna, foi transportada do hospital e no chão do Knesset exerceu o voto. Entre os partidos da coligação, houve um deputado contra (do Yamina, formação do novo chefe do governo) e outro que se absteve, da Lista Árabe Unida.

Antes da votação, o primeiro-ministro cessante criticou a coligação e em especial o sucessor, Naftali Bennett. "Irei lutar todos os dias contra este perigoso e terrível governo de esquerda para o derrubar", prometeu o homem que mais anos esteve no poder em Israel. Depois de acusar Bennett de dizer uma coisa e fazer o contrário, Netanyahu declarou que o seu antigo chefe de gabinete "não tem o estatuto internacional, não tem a credibilidade, não tem as capacidades, não tem o conhecimento e não tem o apoio governamental para lhe permitir uma verdadeira defesa [contra o Irão]". A Teerão, mas também ao Hamas e ao Hezbollah disse em inglês: "We"ll be back soon" ("Regressaremos em breve").

O ultranacionalista e religioso Naftali Bennett, de 49 anos, fez um discurso inclusivo e a olhar para um futuro com menos atritos. "Chegou o momento de diferentes líderes, de todas as partes do povo, pararem, acabarem com esta loucura. O nosso princípio é sentarmo-nos juntos, e avançaremos naquilo que concordamos (...) Aos cidadãos de Israel digo: este é um momento sensível, de mudança política. Apelo a todos para que demonstrem maturidade e contenção."

Sobre o Irão, nada de novo: prometeu não deixar que o inimigo se equipe com armas nucleares.

Nas ruas de Jerusalém e de Telavive milhares de pessoas festejaram a formação do novo governo, que logo recebeu felicitações de vários líderes mundiais, o primeiro dos quais Joe Biden.

O novo governo é constituído por 28 ministros, dos quais nove mulheres, um recorde em Israel, e foi recebido pelo presidente Reuven Rivlin, cujo mandato termina no dia 9 de julho.

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