Cidade da Nova Zelândia despede o seu feiticeiro

Ian Branckenbury Channell, de 88 anos, também conhecido como o Feiticeiro da Nova Zelândia, exercia as funções na cidade de Christchurch há 23 anos.
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Channell tem sido uma atração popular em Christchurch nos últimos 23 anos, passeando pelo centro da cidade com a sua longa barba, o seu cabelo desgrenhado, as suas vestes negras e o seu chapéu pontiagudo promovendo a cidade e fazendo "atos de feitiçaria". Tudo por um contrato que lhe rendia cerca de 10.000 euros anuais.

Mas agora, ao fim de 23 anos, a cidade decidiu terminar a sua ligação a Ian Branckenbury Channell, alegando que pretendem seguir uma direção mais moderna. De referir que Christchurch é a única cidade a ter um feiticeiro oficial desde 1982.

"O conselho está agradecido pela valiosa e especial contribuição que o feiticeiro deu à vida cultural da nossa cidade e ele dará sempre parte da nossa história", declarou à AFP Lynn McClelland, do Conselho Municipal.

Em declarações aos media locais, citados pela BBC, o Feiticeiro da Nova Zelândia disse que ele próprio já não sentia as vibrações da cidade. "Eles são um bando de burocratas sem imaginação", afirmou.

Nas suas funções como feiticeiro, Channel realizou ainda danças da chuva tanto na Nova Zelândia como na Austrália durante períodos de seca e teve uma figura de destaque durante os protestos contra a demolição de património classificado após os sismos de 2011 em Christchurch.

De acordo com o The Guardian, o Feiticeiro da Nova Zelândia, de 88 anos, tem sido também alvo de críticas devido aos seus comentários sobre as mulheres.

Channell nasceu em Londres e mudou-se para Christchurch, na Nova Zelândia, nos anos 70, tendo-se tornado uma presença regular na praça central da cidade. Em 1990, o primeiro-ministro da altura, Mike Moore, afirmou que ele deveria considerar tornar-se Feiticeiro da Nova Zelândia.

Agora, que a partir de dezembro, o que o espera é o desemprego, Channell garante que vai continuar a andar pela cidade e a falar com as pessoas. "Vão ter de me matar para me impedir", disse aos media locais, citado pela BBC.

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