Cerca de 20 portugueses retirados do Líbano já estão no Chipre
São cerca de 20 os cidadãos portugueses que foram retirados esta sexta-feira do Líbano. O Ministério dos Negócios Estrangeiros confirmou ao DN a operação de retirada, mas não avançou mais detalhes por razões de segurança.
Apenas foi adiantada a informação que estava "a ser executado o plano" para a retirada de cidadãos nacionais, anunciado esta semana pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, em Nova Iorque.
De acordo com a CNN Portugal, o grupo de cidadãos nacionais já se encontra no Chipre. Os portugueses repatriados chegaram hoje vindos do Líbano ao Aeroporto internacional de Nicósia. É a partir da capital do Chipre que os portugueses, através de voos comerciais, vão completar a viagem com destino a Portugal.
Foi num jato Falcon 50, da Força Aérea, que os portugueses deixaram o Líbano em direção ao Chipre, adianta o canal de notícias, que cita o Ministério da Defesa. É ainda referido que a operação de repatriamento do Governo português contempla também a retirada de cidadãos espanhóis do Líbano.
Luís Montenegro disse na quarta-feira que o Governo português tem mecanismos prontos para retirar os portugueses que queiram sair do Líbano.
Em resposta aos jornalistas, na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque, o primeiro-ministro afirmou que existe "um plano, uma programação para poder retirar cidadãos portugueses que possam estar lá [no Líbano], de acordo com a evolução da realidade no terreno e também de acordo com a cooperação com outros países parceiros, nomeadamente no âmbito da União Europeia".
"Nós temos estado em contacto, desde há muito tempo, com todos os portugueses que estão identificados e, portanto, de que nós temos registo que estejam naquele território, e temos mecanismos que estão prontos para poder fazer o apoio que é necessário para a sua retirada", reforçou.
A retirada dos cidadãos nacionais ocorre numa altura em que se mantêm os ataques israelitas contra o Hezbollah, no Líbano.
Israel efetuou novos ataques aéreos ignorando os apelos para um cessar-fogo e horas antes do discurso do primeiro-ministro israelita nas Nações Unidas em Nova Iorque.
Os últimos bombardeamentos foram registados durante a madrugada em cidades do sul do Líbano, causando feridos, segundo a agência oficial libanesa ANI.
A AFP noticiou igualmente que o exército israelita realizou ataques contra o Hezbollah (Partido de Deus), cujos ataques com foguetes de artilharia têm como alvo o norte de Israel quase diariamente desde o ataque do Hamas em solo israelita em 7 de outubro de 2023, que desencadeou a guerra na Faixa de Gaza.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, deve dirigir-se hoje à Assembleia Geral das Nações Unidas: no quinto dia de ataques consecutivos de Israel contra o Líbano.
Perante o agravamento da situação militar, os Estados Unidos e a França, acompanhados por vários países ocidentais e árabes, lançaram um apelo a um cessar-fogo de 21 dias, que foi rejeitado na quinta-feira por Israel, que prometeu combater o Hezbollah "até à vitória".
O Hezbollah prometeu continuar os ataques "até ao fim da agressão em Gaza".
Os ataques israelitas de quinta-feira causaram 92 mortos e 153 feridos, segundo as autoridades libanesas.
O Exército israelita informou na quinta-feira que "ataques precisos" tinham matado o chefe da unidade de drones do Hezbollah, Mohammed Srour.
A morte do dirigente foi confirmada pelo movimento xiita libanês apoiado pelo Irão.
De acordo com uma fonte próxima do Hezbollah, Mohammed Srour era um dos principais comandantes do movimento enviado para o Iémen para treinar os rebeldes houthi, igualmente apoiados pelo Irão.
Os bombardeamentos israelitas, que mataram mais de 700 pessoas desde segunda-feira, muitas delas civis, provocaram mais de 90 mil de deslocados internos, segundo a ONU.
Por outro lado mais de 31 mil refugiados entraram na Síria, de acordo com Beirute.
Entretanto, o ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Israel Katz, disse que a luta vai continuar "até à vitória" e que não vai verificar-se "nenhum cessar-fogo no norte".
O presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou que seria "um erro" para Netanyahu recusar a proposta de cessar-fogo no Líbano.
O Secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, reuniu-se com Ron Dermer, ministro dos Assuntos Estratégicos de Israel, na quinta-feira, "e sublinhou mais uma vez que o agravamento vai tornar mais difícil o regresso dos cidadãos israelitas e libaneses a casa", afirmou o seu porta-voz Matthew Miller.
Com Lusa