“Face a uma tensão geopolítica sem precedentes, o Cazaquistão solidificou a sua posição na cena internacional como um país que desempenha um papel construtivo na promoção do diálogo em prol da paz. Este facto influenciou positivamente a segurança e o desenvolvimento económico sustentável do nosso país”, afirmou o presidente Kassym Jomart-Tokayev, numa extensa entrevista de início do ano ao jornal em língua cazaque Ana Tili, que justifica uma análise cuidada, dada a importância de um país que é o nono maior do mundo, estrategicamente localizado entre a Rússia e a China, e com uma riqueza energética que vai do gás natural ao urânio, passando naturalmente pelo petróleo. Também é interessante ver como a diplomacia multivectorial cazaque se adapta não só aos países liderados por Vladimir Putin e Xi Jinping, como aos Estados Unidos, dentro de poucos dias de novo com Donald Trump como presidente.“A localização geográfica do Cazaquistão, o seu potencial económico e o contexto geopolítico moderno posicionam-no como um país de importância estratégica aos olhos da maioria das nações (…) A nível mundial, o Cazaquistão é frequentemente referido como uma potência média. Este estatuto acarreta responsabilidades significativas, incluindo a necessidade de uma conduta responsável na cena internacional e de uma abordagem construtiva para resolver as questões mais prementes do nosso tempo. Neste contexto, o Cazaquistão é um firme apoiante das Nações Unidas como ‘casa comum de toda a humanidade’ - uma organização não alternativa e universal. Ao mesmo tempo, como Chefe de Estado, lido diariamente com questões de política interna e considero este trabalho absolutamente essencial. Por conseguinte, a afirmação de que as minhas actividades se centram desproporcionadamente na política externa é incorrecta. O meu principal objetivo é reforçar o potencial económico, a soberania e a posição internacional do nosso Estado”, disse Tokayev, sendo curioso que se defenda da ideia de que se foca muito na diplomacia, ele que foi um diplomata de carreira antes de assumir funções políticas, sendo presidente desde 2019, sucedendo então a Nursultan Nazarbayev, pai da independência, declarada em 1991, aquando da desagregação da União Soviética, federação comunista da qual o Cazaquistão era uma das 15 repúblicas. A segunda maior, com 2,8 milhões de km2..“A localização geográfica do Cazaquistão, o seu potencial económico e o contexto geopolítico moderno posicionam-no como um país de importância estratégica aos olhos da maioria das nações"Kassym Jomart-Tokayev.Aliás, esta suspeita de foco excessivo de Tokayev na cena internacional ressurge numa pergunta sobre eventuais ambições de suceder como secretário-geral da ONU ao português António Guterres, cujo segundo e derradeiro mandato termina em 2026: “Tive a oportunidade de dirigir o Gabinete das Nações Unidas em Genebra durante quase três anos como Subsecretário-Geral e Secretário-Geral da Conferência sobre o Desarmamento. Este papel proporcionou-me uma experiência e uma visão inestimáveis do funcionamento dos processos internacionais. Penso que a experiência é mais do que suficiente. A minha atenção continua firmemente centrada no Cazaquistão.”Durante a longa entrevista assinada pelo jornalista Yerlan Zhunis, Tokayev falou do potencial do país e declarou-se “convencido de que um crescimento económico de 4% é insuficiente para o Cazaquistão (…) O Governo tem de encontrar fontes para um maior crescimento económico”. Também comentou os motins de janeiro de 2022, que abalaram o Cazaquistão e a sua imagem internacional, mas de onde ressurgiu mais forte enquanto chefe do Estado. “Três anos após os acontecimentos de janeiro, a maioria dos nossos cidadãos compreendeu que as principais causas desta agitação sem precedentes foram a injustiça social evidente, a estagnação política e as ambições insaciáveis dos conspiradores, indivíduos indiferentes ao destino do povo e do Estado. Infelizmente, estas situações não são únicas na história mundial e o Cazaquistão não é o primeiro nem, creio, o último a enfrentá-las (…) Não se deve permitir que políticos irresponsáveis espalhem narrativas falsas e enganosas para obscurecer o perigo muito real que ameaçava o nosso Estado naquela altura. Felizmente, a maioria dos nossos cidadãos sabe distinguir a verdade da mentira. Estes indivíduos ponderados e razoáveis constituem o núcleo e a espinha dorsal do nosso Estado. Uma coisa é certa: se não tivessem sido tomadas medidas decisivas contra os instigadores dos motins e os organizadores do golpe, o Cazaquistão seria hoje um país muito diferente, com uma independência diminuída e uma soberania restringida. Graças à unidade do nosso povo, conseguimos resistir a esta dura prova. Sem dúvida que janeiro nos ensinou muitas lições. Em primeiro lugar, o poder do país deve ser consolidado, não pode haver dualidade de poderes. Em segundo lugar, o Chefe de Estado é um funcionário público a quem foi confiado um mandato específico e não a ‘sombra do Todo-Poderoso’. Em terceiro lugar, os candidatos a altos cargos públicos, incluindo os dirigentes dos organismos responsáveis pela aplicação da lei, devem ser cuidadosamente selecionados e estar profundamente empenhados na Pátria e na República do Cazaquistão. Mais importante ainda, os princípios da justiça devem ser defendidos em todo o lado, e a unidade do povo, baseada no conceito de lei e ordem, deve ser salvaguardada como a menina dos nossos olhos. Aqueles que se opõem a este conceito e defendem a anarquia em nome dos ‘valores democráticos’ estão, na sua essência, a tentar minar o Estado do Cazaquistão. Isto não pode ser tolerado. O mais alto grau de democracia é o triunfo do Estado de direito. O caminho que conduz à consecução deste objetivo é um desafio”, afirmou Tokayev, numa dupla crítica a quem apostava em cultivar Nazarbayev, em teoria reformado da política ativa, e aqueles que criticam as reformas cautelosas do presidente, que trazem alguma abertura política, mas sob controlo claro do Akorda, o palácio presidencial em Astana, a capital que desde 1997 substituiu Almaty..Sobre a sua avaliação da era Nazarbayev, decisiva para a construção do moderno Cazaquistão, e também sobre a relação que mantém com o antecessor, hoje com 84 anos, Tokayev disse: “Todas as épocas históricas têm os seus lados positivos e negativos. No entanto, na nossa história moderna, os momentos positivos ultrapassam de longe os negativos. Isso é um facto. Num período relativamente curto, foi criado um Estado estável, foram formadas instituições governamentais, foi construída uma nova capital, as fronteiras do Estado foram legalmente asseguradas, foi desenvolvida uma valiosa cooperação com muitos países e foram atraídos investimentos estrangeiros para a economia. Seria errado negar esses feitos. Se estamos a construir um Estado justo, temos de abordar a história e aqueles que a moldaram da mesma forma justa. Isto é essencial para o futuro da nossa nação. Sem uma avaliação honesta e objetiva do passado, não podemos avançar com confiança. Redefinir a história por capricho, por conveniência política - ou, pior ainda, tentar reescrevê-la a partir do zero - é irresponsável e perigoso. É claro que, durante os muitos anos de presidência de Nursultan Nazarbayev, houve falhas. Os erros são inevitáveis para qualquer pessoa que trabalhe. Depois de se ter demitido, mas mantendo o cargo de presidente do Conselho de Segurança, há que reconhecer que nem sempre demonstrou tato político. Realizou frequentemente reuniões na sua residência com a participação do Primeiro-Ministro, do Presidente do Banco Nacional, de ministros e de akims. Até os dirigentes e diplomatas estrangeiros, bem como o nosso próprio público, observavam este facto com surpresa. Houve até uma piada: ‘Depois de se demitir, Nazarbayev foi promovido e tomou o Presidente sob a sua alçada’. Mas, na realidade, não se tratava de uma piada. Esta situação deu origem a uma onda de rumores sobre o duplo poder. A classe burocrática ficou confusa, deslocando-se entre gabinetes e envolvendo-se em instruções contraditórias. Alguns funcionários tentaram mesmo justificar legalmente esta situação anómala, argumentando que a instituição do Elbasy deveria estar acima do poder presidencial. (…) Mas, agora, temos de usar de bom senso e avaliar com justiça os feitos históricos de Nursultan Nazarbayev para o Cazaquistão. Enquanto Presidente, guio-me pelos interesses do Estado e pela unidade do nosso povo. Quanto à sua pergunta, comunicamos por telefone cerca de uma vez por mês”.Num momento em que, além dos já membros três Estados bálticos, outras duas ex-repúblicas soviéticas, Geórgia e Moldova, alimentam a ambição de integrar a União Europeia, o presidente cazaque mostra seguir atentamente a evolução política em cada uma delas, até para tirar ensinamentos ao nível da política interna. “Um sistema parlamentar tem, sem dúvida, os seus méritos e raízes históricas em muitos países europeus e asiáticos. No entanto, não existe uma fórmula universal de governação. Cada Estado deve considerar cuidadosamente o seu contexto histórico, a sua mentalidade nacional e a sua experiência política ao selecionar o seu sistema político. A minha administração está a estudar atentamente as práticas internacionais. Dito isto, é evidente que os sistemas parlamentares nos países pós-soviéticos ainda não demonstraram um sucesso consistente. Os recentes acontecimentos na Geórgia põem este ponto em evidência. A escolha de um sistema político é uma decisão de peso excecional. Essa escolha não deve ser feita à porta fechada, mas sim através de um referendo nacional. Estou firmemente convencido de que o meu conceito de um Presidente forte - Parlamento influente - Governo responsável continua a ser o modelo mais adequado para o sistema político do Cazaquistão. No entanto, para concretizar plenamente este conceito, é necessário um trabalho significativo. Estou confiante de que a forma de governação presidencial é atualmente a melhor escolha para o Cazaquistão e continuará a sê-lo num futuro previsível, disse o presidente cazaque, de 71 anos, que chegou a ser ministro dos Negócios Estrangeiros Estrangeiros e primeiro-ministro durante a era Nazarbayev.Depois do referendo sobre a construção de uma central nuclear realizado em 2024, e que deu uma maioria de 70% dos cazaques favoráveis ao projeto, entende-se também o otimismo de Tokayev sobre o futuro energético do país. “Estão previstos para este ano grandes projetos no sector da energia com uma capacidade combinada superior a 600 megawatts. Serão igualmente realizados progressos significativos no domínio da energia verde”, estando já em vigor acordos com investidores estrangeiros para a construção de centrais eólicas, solares e hidroeléctricas. O futuro projeto de expansão do campo de Tengiz será concluído, sendo dada especial atenção à refinação de petróleo e ao desenvolvimento da indústria química do petróleo e do gás, incluindo a expansão da capacidade de produção da fábrica de betume de Aktau.”A propósito das suas próprias relações com Putin, Tokayev falou do recente encontro entre ambos: “A agenda de negociações com o Presidente da Rússia era bastante extensa. Discutimos exaustivamente uma vasta gama de questões, incluindo a cooperação nos domínios do comércio, da economia, dos transportes, da logística, da energia, bem como dos sectores cultural e educativo. A chegada de quase metade do governo russo a Astana sublinha a importância estratégica do Cazaquistão moderno para a Rússia. Embora muito tenha sido escrito e dito sobre os resultados das negociações, uma grande parte permaneceu nos bastidores. Mantive uma conversa informal de quatro horas com o Presidente Putin, que nos permitiu aprofundar o nosso entendimento mútuo sobre questões prementes da cooperação bilateral e da agenda internacional. Também dei explicações sobre a política externa diversificada do Cazaquistão e o nosso empenhamento inabalável no desenvolvimento de parcerias estratégicas e relações aliadas com a Rússia. O Presidente Putin é um estadista experiente com um profundo conhecimento das caraterísticas únicas do Cazaquistão e do seu papel significativo como a maior economia da Ásia Central. Consequentemente, a Rússia está a trabalhar ativamente com o Cazaquistão para reforçar a cooperação comercial, económica e de investimento. Isto é imperativo, uma vez que os nossos dois países partilham a mais longa fronteira terrestre contínua do mundo. O Presidente Putin já visitou o Cazaquistão 33 vezes, o que reflecte a força das nossas relações. Além disso, mantemos uma comunicação regular através de conversações telefónicas e reuniões em fóruns internacionais, assegurando um contacto constante. Estes esforços são necessários tanto para o Cazaquistão como para a Rússia, uma vez que contribuem para assegurar a estabilidade na Eurásia, onde ambas as nações desempenham um papel crucial.”Também abordado foi a cooperação nuclear entre o Cazaquistão e a Rússia, agora que existe a ideia de construir uma central nuclear, novidade num país que desistiu do arsenal soviético e sempre denunciou o impacto dos 450 testes em Semipalatinsk na época soviética: “Este assunto foi discutido com Vladimir Putin durante a sua visita a Astana. Concordámos que o consórcio incluiria a entidade do Cazaquistão como operador geral, actuando como cliente do projeto. As discussões mencionaram a potencial participação da Rosatom, uma empresa com uma vasta experiência e um sólido historial na construção de centrais nucleares no estrangeiro. Estão também em curso negociações com uma empresa chinesa, dado o êxito significativo da China na construção de instalações nucleares civis. Outras empresas estrangeiras, incluindo empresas ocidentais, também manifestaram interesse. Este ano, serão realizados concursos públicos, após os quais o Governo tomará uma decisão final (…) A indústria nuclear dará um forte impulso à nossa economia, que já está a sofrer um défice energético. Penso que o Cazaquistão deve tornar-se um país com um sector de energia nuclear desenvolvido, uma vez que possui um enorme potencial para o futuro.”. Se a Rússia é um velho parceiro desde o império czarista, a China é o outro vizinho, de onde no passado vinham inimigos como o dzungares, tribos mongóis. Hoje as relações tendem a ser boas entre Astana e Pequim, até por servirem de contraponto à influência tradicional de Moscovo. “O Presidente Xi Jinping tem um profundo conhecimento do nosso país e uma grande consideração pelo povo cazaque. As nossas discussões abrangeram todos os aspectos das relações bilaterais, bem como questões regionais e internacionais, numa atmosfera amigável. Não existem quaisquer divergências entre nós. O Cazaquistão é um parceiro estratégico extremamente importante para a China e a nossa cooperação evoluiu para uma relação dinâmica e multifacetada, atingindo essencialmente o estatuto de uma parceria estratégica permanente, que serve indubitavelmente os interesses do Cazaquistão. Durante a sua visita de Estado ao Cazaquistão, o Presidente Xi Jinping sublinhou que a China nunca prejudicará o nosso país e apoia plenamente a sua soberania e independência. Esta é uma declaração extremamente importante. O diálogo de alto nível prosseguirá em 2025, estando prevista a participação do Presidente Xi Jinping na cimeira Ásia Central-China.”, afirmou o presidente.Interessante igualmente é o pragmatismo com que Tokayev encara o regresso de Trump à Casa Branca, tendo o presidente eleito americano perguntado há dias a visão cazaque do conflito na Ucrânia: “De facto, tive uma conversa substantiva e franca com o Presidente Donald Trump. Posso afirmar com confiança que ele tem uma visão positiva do Cazaquistão como um importante parceiro estratégico dos Estados Unidos. Concordámos em manter contactos de trabalho de alto nível. É provável que Trump e a sua equipa se concentrem na introdução de novas ideias e abordagens na política internacional, o que influenciará inevitavelmente o panorama mundial. Tenho estado envolvido no estabelecimento das relações cazaque-americanas desde meados da década de 1990. Ao longo de mais de três décadas de cooperação, desenvolvemos uma visão comum das prioridades, incluindo o comércio, a colaboração económica e de investimento, a não proliferação nuclear e a segurança. Esta agenda continuará a constituir a base do nosso trabalho de colaboração com a nova administração da Casa Branca. Durante a nossa conversa telefónica, Donald Trump pediu a nossa perspetiva sobre o fim das hostilidades na Ucrânia. Este tema não é novo para mim, uma vez que muitos líderes estatais e organizações internacionais colocaram questões semelhantes ao longo de 2024. A situação é única: A Rússia continua militarmente invicta, enquanto a Ucrânia conta com o apoio dos seus aliados ocidentais para aguentar a guerra - ou, no mínimo, evitar perdê-la. Por conseguinte, salientei a excecional complexidade da questão, cuja resolução depende da vontade e do desejo dos líderes dos países em conflito e, evidentemente, de Trump enquanto líder de uma grande potência. Sublinhei que o Cazaquistão tem defendido sistematicamente o início de negociações de paz desde o início das hostilidades na Ucrânia”. Tokayev, experiente, fez questão, porém, de baixar as expectativas: “No entanto, devo salientar que não estamos a tentar posicionar-nos como mediadores. Na cena internacional, actuamos dentro do potencial e das capacidades do Cazaquistão, mas estamos sempre prontos a ajudar a resolver questões globais. A verdade é que as tensões nas relações internacionais têm um impacto inevitável nos laços comerciais e políticos do Cazaquistão com determinados países. Por esta razão, esforçamo-nos por minimizar qualquer influência negativa das tendências externas. O Cazaquistão continua concentrado na construção de relações pragmáticas e mutuamente benéficas com todos os Estados interessados.”Apesar, e por causa, da geografia central na Eurásia, o Cazaquistão tem procurado boas relações com os Estados Unidos e também com a União Europeia (a cooperação com a França na energia nuclear é um bom exemplo). Tokayev já teve que lidar com Trump durante o primeiro mandato deste e durante a Administração liderada pelo presidente cessante Joe Biden participou mesmo numa cimeira América-Ásia Central, realizada em 2023 em Nova Iorque, à margem da Reino anual da Assembleia Geral das Nações Unidas. .“O atual sistema de relações internacionais está em declínio - poder-se-ia dizer que está a degenerar. A instabilidade está a aumentar e as acusações mútuas entre as grandes potências são cada vez mais frequentes. O Conselho de Segurança da ONU está, no essencial, paralisado. Este clima internacional pouco saudável preocupa, com razão, muitos países, incluindo o Cazaquistão, uma vez que impede o seu desenvolvimento social e económico"Kassym Jomart-Tokayev. Não por acaso, a entrevista termina com uma avaliação da atualidade mundial, muito afetada pela guerra na Ucrânia, que o Cazaquistão olha com atenção por várias razões, apoiando a soberania de Kiev e aplicando as sanções internacionais, mas evitando votar as condenações a Moscovo. Cerca de um sétimo dos 21 milhões de habitantes do país são russos e também há uma comunidade ucraniana. “O atual sistema de relações internacionais está em declínio - poder-se-ia dizer que está a degenerar. A instabilidade está a aumentar e as acusações mútuas entre as grandes potências são cada vez mais frequentes. O Conselho de Segurança da ONU está, no essencial, paralisado. Este clima internacional pouco saudável preocupa, com razão, muitos países, incluindo o Cazaquistão, uma vez que impede o seu desenvolvimento social e económico. Perante a crescente procura de um mundo mais equitativo, acredito que as potências médias têm um papel crucial a desempenhar na resolução da crise de confiança internacional e do défice de liderança global responsável. Estou convencido de que chegou o momento de as potências médias trabalharem em colaboração para construir pontes novas e resistentes entre pólos geopolíticos em conflito, reduzindo assim os confrontos internacionais.”, afirmou Tokayev.Uma referência final à língua cazaque, orgulho de um país que vai buscar a sua origem ao kanato fundado no século XV, mas que é bastante mais antigo, ao ponto de muitos dos cavaleiros das hordas mongóis ao serviço de Genghis Khan serem das tribos túrquicas da região. “Não tenho dúvidas quanto ao futuro de sucesso da língua cazaque. Como língua oficial, desempenhará um papel especial na união do nosso povo. No entanto, a sua promoção não deve ser feita à custa de outras línguas, nomeadamente do russo.”, afirmou Tokayev ao jornal Ana Tili, que significa ‘Língua Materna’.