Novas sanções para atacar a chamada frota fantasma russa e um plano para terminar com a importação de gás russo estão a ser preparados pelas autoridades europeias, embora este último conte pelo menos com a oposição da Hungria. Até ao final de 2027 nenhum país da União Europeia importará energia russa. É este o desígnio da Comissão Europeia: a um tempo caminhar para a independência energética e não financiar o regime de Vladimir Putin. Apesar de os 27 terem adotado medidas para reduzir o consumo de hidrocarbonetos russos, em 2024 Moscovo faturou 23 mil milhões de euros da UE. “Chegou o momento de a Europa cortar completamente os seus laços energéticos com um fornecedor sem fiabilidade. E a energia que chega ao nosso continente não deve custear uma guerra de agressão contra a Ucrânia”, disse a presidente Ursula von der Leyen. Segundo o comissário da Energia Dan Jorgensen, cada Estado-membro vai ter de apresentar um plano nacional para eliminar de forma progressiva a importação da energia russa, seja gás natural, seja petróleo, seja combustível nuclear. Atuais e futuros contratos vão tornar ilegal a sua importação a partir de 2028, enquanto, em paralelo, serão “introduzidas novas regras em matéria de transparência, controlo e rastreabilidade do gás russo”. Segundo os números oficiais, a percentagem de gás russo importado desceu de 45 para 19, de 2021 para 2024, enquanto a percentagem de petróleo caiu de 27% para 3%. No entanto, esta estatística não inclui o petróleo que chega ao mercado europeu através de petroleiros da frota fantasma. Segundo a agência Bloomberg, no novo pacote de sanções da UE - o 17.º -, Bruxelas vai visar 60 pessoas e empresas e restrições a cerca de 150 navios, e dessa forma cerca de 300 petroleiros ficarão sob sanções. Ainda assim, e segundo os serviços de informações do Ministério da Defesa, a Rússia continuará a ter alternativas, uma vez que estima em mil o número de navios da frota fantasma, resultado de um investimento de mais de 10 mil milhões de dólares em petroleiros desatualizados. A iniciativa de Bruxelas pode vir a embater na oposição de Budapeste. “Depois do fracasso total das sanções contra a Rússia, a Comissão Europeia comete agora outro erro muito grave ao excluir à força, artificial e ideologicamente as fontes de energia russas”, comentou o ministro dos Negócios Estrangeiros húngaro, Peter Szijjarto.Troca de prisioneiros e míssil em SumyEnquanto Moscovo insiste numa trégua de três dias para comemorar os 80 anos da vitória sobre a Alemanha nazi, os países beligerantes procederam a nova troca de prisioneiros. Desta vez foram 205 de cada parte. No norte da Ucrânia, na região de Sumy, um míssil balístico russo atingiu a aldeia de Velyka Chernechchyna, matando três pessoas, incluindo uma criança, e ferindo 11, entre as quais cinco crianças.