Avião de Nicolás Maduro apreendido pelos EUA
Nicolás Maduro, presidente da Venezuela

Avião de Nicolás Maduro apreendido pelos EUA

Departamento de Justiça indicou que apreendeu "uma aeronave que foi adquirida ilegalmente por 13 milhões de dólares através de uma empresa de fachada".
Publicado a
Atualizado a

Os Estados Unidos anunciaram, esta segunda-feira, que apreenderam um avião que pertence ao presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. O avião estava na República Dominicana e foi transferido para a Florida, tendo as autoridades norte-americanas alegado que a apreensão da aeronave deveu-se a uma violação das sanções impostas pelos EUA.

"O Departamento de Justiça apreendeu uma aeronave que foi adquirida ilegalmente por 13 milhões de dólares através de uma empresa de fachada e foi contrabandeada para fora dos EUA para ser usada por Nicolás Maduro e seus comparsas", disse o procurador-geral Merrick Garland em comunicado.

O portal de rastreamento de aeronaves Flight Radar 24 mostrou que o avião, um jato particular Dassault Falcon 900EX, voou de Santo Domingo para Fort Lauderdale na manhã desta segunda-feira.

Avião utilizado por Nicolás Maduro apreendido pelos EUA
EPA/CRISTOBAL HERRERA-ULASHKEVICH

Os EUA referem que, no final de 2022 e início de 2023, indivíduos vinculados a Maduro teriam usado uma empresa fantasma com sede nas Caraíbas para ocultar a sua participação na compra ilegal do avião.

Em abril de 2023, a aeronave foi exportada ilegalmente dos EUA para a Venezuela através das Caraíbas, e a partir de maio desse ano, voou quase que exclusivamente de e para uma base militar na Venezuela. 

A Venezuela vive uma grave crise política desde as eleições de 28 de julho, com Maduro a ter sido proclamado vencedor para um terceiro mandato de seis anos. A oposição afirma que venceu de forma esmagadora e que tem os registos da votação para provar.

O governo de Maduro, que rejeita acusações de autoritarismo, não publicou uma contagem de votos que legitime a sua vitória, apesar da intensa pressão internacional.

"Maduro e os seus representantes manipularam os resultados das eleições presidenciais de 28 de julho, alegaram falsamente vitória e promoveram uma repressão generalizada para manter o poder pela força", disse um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA.

A apreensão do avião "é um passo importante para garantir que Maduro continue a sentir as consequências do seu desgoverno na Venezuela", acrescentou.

Os Estados Unidos, a União Europeia e vários países latino-americanos recusaram-se a reconhecer Maduro como vencedor sem primeiro ver detalhadamente os resultados da votação.

A violência ocorrida no contexto dos protestos pós-eleições fez 27 mortos e pelo menos 192 feridos.

Desde 2005, Washington impõe sanções a indivíduos e entidades na Venezuela "que se envolveram em ações criminosas, antidemocráticas ou corruptas", segundo um documento do Congresso norte-americano.

"Em resposta aos crescentes abusos dos direitos humanos e à corrupção do governo de Nicolás Maduro, no poder desde 2013, a Administração Trump expandiu as sanções americanas para incluir outras sanções financeiras, sanções por setores e ao governo", segundo a mesma fonte.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt