Aumento de violência entre jovens leva país europeu a suspender o TikTok
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Aumento de violência entre jovens leva país europeu a suspender o TikTok

Decisão tomada pelo governo de Tirana na sequência de um caso que resultou na morte de um adolescente
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O governo albanês anunciou, nesta quinta-feira, a suspensão da rede social TikTok no país, por um período de 12 meses. A decisão da Albânia foi tomada como resposta face às preocupações crescentes sobre a influência da plataforma na incitação à violência e ao bullying entre crianças e adolescentes.

A Ministra da Educação, Ogerta Manastirliu, afirmou que o governo está em contato com o TikTok para implementar medidas de segurança, incluindo filtros parentais, verificação de idade e a adição do idioma albanês na plataforma.

Segundo a governante, esta decisão contou com o apoio popular, verificado ao longo de 1300 reuniões realizadas, com aproximadamente 65 mil pais, que “se manifestaram maioritariamente favoráveis à proibição ou à restrição do aplicativo”, disse, citada pela Associated Press.

A preocupação com o TikTok na Albânia intensificou-se após um caso ocorrido em novembro de 2024, quando um adolescente foi esfaqueado até a morte por outro jovem, após uma discussão que começou na plataforma.

A rede social operada pela empresa chinesa ByteDance alegou não ter encontrado evidências de que o agressor ou a vítima do incidente tivessem contas criadas na plataforma e argumentou que vídeos relacionados com o caso tinham sido publicados também noutra rede social.

Apesar da proibição decretada, o primeiro-ministro Edi Rama declarou o governo de Tirana prossegue em um "diálogo positivo" com o TikTok, cujos responsáveis devem visitar o país em breve para apresentar soluções de forma a aumentar a segurança infantil na plataforma.

Estudo realizados apontam que as crianças representam a maior parcela dos utilizadores do TikTok na Albânia, aumentando as preocupações sobre o impacto do conteúdo desta rede social nas faixas etárias mais novas, numa altura em que aumentam os relatos de estudantes influenciados a levar facas para a escola e casos de bullying inspirados por desafios virais online.

Para conter a violência, o governo albanês também reforçou a segurança em escolas e criou programas de consciencialização para professores, alunos e pais.

No entanto, há quem considere que a medida adotada tem outras motivações, com a oposição política a manifestoar-se contra a proibição do uso do TikTok, alegando tratar-se de um ato de "intolerância e medo da liberdade de expressão". Já foi mesmo agendado um protesto contra a decisão para o dia 15 de março.

A proibição do TikTok na Albânia soma-se a um cenário global de crescente escrutínio sobre a plataforma, operada pela empresa chinesa ByteDance. Nos Estados Unidos, a aplicação enfrentou suspensões temporárias devido a preocupações com privacidade e segurança nacional, com os seus serviços restaurados por Donald Trump, que manifestou interesse numa solução para permitir a continuidade da atividade da plataforma em território norte-americano. No Reino Unido, foi anunciado esta semana que as autoridades investigam como o TikTok utiliza os dados de adolescentes dos 13 aos 17 anos para personalizar o conteúdo exibido, temendo que os algoritmos exponham os jovens a material prejudicial.

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