Cartaz na Praça da Palestina, em Teerão, promete “nova tempestade a caminho” de Israel.
Cartaz na Praça da Palestina, em Teerão, promete “nova tempestade a caminho” de Israel.EPA/ABEDIN TAHERKENAREH

Ataque ao Irão mudou o equilíbrio de forças, diz Israel

Teerão ameaça com “consequências inimagináveis”, mas Telavive diz ter enfraquecido as capacidades militares iranianas. 
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O Irão elevou o tom da ameaça a Israel na sequência dos ataques aéreos realizados no fim de semana enquanto o governo de Benjamin Netanyahu se regozijou com os resultados alcançados que terão “alterado o equilíbrio de forças”.

O comandante dos Guardas da Revolução do Irão avisou Israel de que vai enfrentar “consequências amargas inimagináveis” na sequência do ataque às instalações militares do país na madrugada de sábado, que, segundo o exército iraniano, matou quatro soldados. Além disso, Hossein Salami disse que Israel “não conseguiu atingir os seus objetivos sinistros”. Ismail Baghaei, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Irão afirmou que Teerão utilizará todos os instrumentos disponíveis para dar uma “resposta decisiva”. 

Do lado israelita, o ministro da Defesa Yoav Gallant considerou que os bombardeamentos - a retaliação do ataque iraniano de 1 de outubro - foram um “ataque muito preciso aos radares e aos sistemas de defesa aérea, o que, de facto, criou uma grande desvantagem para o inimigo”. Gallant disse também que a operação danificaram as capacidades de produção de mísseis do Irão ao ponto de terem alterado “o equilíbrio de forças”. Em conclusão, “Israel continua com o seu poder, o Irão está enfraquecido.”

O primeiro-ministro israelita, no discurso da sessão de abertura do Knesset, acusou o Irão de “trabalhar para ter uma reserva de bombas nucleares capaz de ameaçar o mundo inteiro sempre que quiser”. Com base em imagens de satélite, um ex-inspetor da ONU, David Albright, citado pela Sky News, disse que o ataque israelita atingiu um edifício no complexo militar de Parchin que serviu para o extinto programa de desenvolvimento de armas nucleares. 

Pela sua parte, os Estados Unidos gostariam de ver um ponto final para os ataques entre Israel e Irão. “Israel tinha o direito de responder a esse ataque [de 1 de outubro]. Apoiámos o seu direito de o fazer. Acreditamos que isto deve ser o fim do assunto”, disse o porta-voz do Departamento de Estado Matthew Miller, que considerou o ataque israelita “proporcional”.

Provas sul-africanas no TIJ


O caso do alegado genocídio de Israel aos palestinianos tem um novo episódio após África do Sul ter entregado no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) provas do crime. “As provas estão detalhadas em mais de 750 páginas de texto, suportadas por exemplos e anexos de mais de 4 mil páginas”, disse a presidência da República sul-africana através do porta-voz Vincent Magwenya, um “memorial” que, disse, “documenta como o governo de Israel violou a Convenção do Genocídio, promovendo a destruição de palestinianos que vivem em Gaza”.

A África do Sul apresentou o caso em dezembro de 2023 à mais alta instância judicial da ONU, com sede em Haia, tendo acusado Israel de genocídio contra o povo palestiniano no território de Gaza, e pedido ao tribunal que ordene a Israel que ponha termo aos seus ataques. 

cesar.avo@dn.pt 

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