O ministro das Relações Exteriores da Argentina, Gerardo Werthein, denunciou quarta-feira na Organização dos Estados Americanos que seis opositores em asilo na embaixada na Venezuela estão sujeitos a "uma estratégia de esgotamento físico e terror psicológico"..O ministro argentino participou numa sessão extraordinária do Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA), para informar sobre a situação dos requerentes de asilo na residência da Embaixada da Argentina em Caracas, na qual treze países, incluindo a Argentina, os Estados Unidos e o Chile, apresentaram uma declaração conjunta para exigir autorizações para os seis opositores..Este Conselho, segundo o ministro, "tem a oportunidade de atuar com firmeza e determinação. Não podemos permitir que a inviolabilidade das missões diplomáticas seja posta em causa e que os requerentes de asilo sejam sujeitos a uma estratégia de desgaste físico e terror psicológico"..O opositor venezuelano Pedro Urruchurtu, um dos seis requerentes de asilo que vivem na Embaixada da Argentina em Caracas desde março, denunciou no Instagram há alguns dias que o "cerco policial" fora do prédio, que começou a 23 de novembro, "intensificou-se"..O chefe da diplomacia argentina assegurou que os requerentes de asilo "estão sujeitos a cortes de água, interrupção de eletricidade e restrições à entrada de alimentos", bem como à "presença constante de forças de segurança nas imediações da sede diplomática".."Estas práticas não podem ser toleradas, pois violam de forma flagrante o direito internacional", acrescentou..Advertiu ainda que, na sua opinião, "não se trata de uma questão bilateral ou de uma disputa política", mas sim "da defesa da dignidade do ser humano e da validade das normas internacionais que sustentam a coexistência pacífica entre os estados".."Vamos permitir que a inviolabilidade das sedes diplomáticas seja violada", afirmou o representante do governo de Javier Milei..O ministro exigiu a concessão "imediata" de salvo-condutos para que os asilados possam sair do país com segurança e sem restrições e reiterou a disposição do governo argentino de "colaborar ativamente" com os Estados membros e a Secretaria Geral da OEA para 'encontrar uma solução imediata e eficaz'.."Cada dia que passa sem uma resposta efetiva aumenta a angústia e a incerteza dos requerentes de asilo e enfraquece a confiança na capacidade desta organização para garantir os direitos fundamentais e o respeito pela dignidade humana", alertou..O governo argentino já se tinha manifestado no sábado quando exigiu que a administração de Nicolás Maduro entregasse "imediatamente" as autorizações e pediu à ONU, à OEA e a todos os países que adotassem "medidas firmes e urgentes"..A embaixada argentina na Venezuela está sob proteção brasileira desde agosto - após a expulsão dos diplomatas argentinos - apesar de o governo de Maduro ter revogado esta autorização em setembro devido à alegada planificação de actos terroristas no interior da embaixada por parte dos requerentes de asilo..O representante do Brasil na OEA garantiu que o governo do seu país está a trabalhar "para tornar possível a concessão de salvo-condutos".