Internacional
01 outubro 2022 às 10h52

UE saúda novo gasoduto europeu que diminui dependência da Rússia

Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, marcou presença na inauguração de um gasoduto greco-búlgaro, um "sinónimo de liberdade" e de "emancipação do gás russo".

DN/Lusa

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, saudou este sábado o início das operações comerciais de um gasoduto greco-búlgaro como uma emancipação da Europa em relação ao gás russo. "Hoje, começa uma nova era para a Bulgária e o sudeste da Europa", disse Von der Leyen numa cerimónia em Sófia que contou com a presença de líderes da região.

Von der Leyen disse que o novo gasoduto é um "sinónimo de liberdade" e de "emancipação do gás russo", que contribui para a "segurança energética da Bulgária e da Europa".

O interconector IGB, de 182 quilómetros de comprimento, foi inaugurado em julho, mas só começou a funcionar hoje, disse o primeiro-ministro búlgaro em exercício, Galab Donev. O novo gasoduto permite à Bulgária, que não recebe gás da gigante russa Gazprom desde abril, diversificar as suas fontes e "ser menos vulnerável".

O país dos Balcãs, que dependia fortemente de Moscovo para a energia antes do conflito na Ucrânia, está agora ligado ao gasoduto Tanap/Tap, que transporta gás azeri do Mar Cáspio para a Europa Ocidental.

A Bulgária vai receber 01 bcm (mil milhões de metros cúbicos) por ano deste gás, para uma capacidade total de 03 bcm do novo gasoduto. "Poderá cobrir todo o consumo de gás da Bulgária", disse a presidente da Comissão Europeia.

"Esta é uma excelente notícia em tempos muito difíceis (...). Graças a tais projetos, a Europa terá gás suficiente para o inverno", acrescentou.

Participaram na cerimónia os presidentes do Azerbaijão, Ilham Aliev, da Sérvia, Aleksandar Vucic, da Macedónia do Norte, Stevo Pendarovski, e da Bulgária, Roumen Radev, bem como o primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis.

Com um custo de 220 milhões de euros, incluindo 50 milhões de euros de financiamento europeu, o projeto da ligação greco-búlgara nasceu em 2009, mas a sua construção sofreu muitos atrasos.

A guerra na Ucrânia, que a Rússia iniciou em 24 de fevereiro deste ano, e a crise energética precipitaram os esforços para concluir o projeto.

No âmbito dos esforços para reduzir a dependência da UE do gás russo, Von der Leyen assinou, em julho, em Baku, um memorando de entendimento com o Azerbaijão para duplicar as importações de gás em poucos anos.