Internacional
20 junho 2021 às 16h45

'Rambo belga' em fuga há mais de um mês foi encontrado morto

O militar de extrema-direita Jürgen Conings, que estava em fuga após ameaçar um virologista, na Bélgica, "foi encontrado morto", anunciou a ministra belga da Defesa, Ludivine Dedonder, confirmando a identidade do cadáver descoberto na zona leste do país.

DN/Lusa

Esta confirmação surge na sequência de um comunicado de imprensa da procuradoria federal belga que indicava que, "de acordo com os primeiros elementos da investigação", o corpo encontrado no leste da Bélgica é do militar Jürgen Conings, "desaparecido desde 17 de maio de 2021" e procurado há mais de um mês.

"A descoberta do corpo sem vida põe fim a cinco semanas de insegurança e ameaça", afirmaram a ministra Ludivine Dedonder e o chefe da defesa das Forças Armadas belgas, Michel Hofman, num comunicado conjunto.

De acordo com a agência de notícias AFP, as primeiras informações atribuem a causa da morte a um suicídio por arma de fogo, situação que deverá ser confirmada por perícia forense, explicou a procuradoria.

Este caso abalou a defesa do país, por causa das falhas na vigilância de elementos radicalizados dentro do exército belga.

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Considerado perigoso, o militar de extrema-direita Jürgen Conings, de 46 anos, estava registado pela organização belga de análise da ameaça terrorista (Ocam), e era suspeito de querer atacar representantes do Estado belga e o virologista belga Marc Van Ranst, um especialista em destaque devido à pandemia de covid-19.

O militar ainda tinha acesso a armas e munições, inclusive quatro lança-foguetes antitanque e suas munições, que foram encontrados dentro do seu veículo abandonado, e provavelmente estava na posse de armamento mais leve durante a fuga, segundo a AFP.

O corpo foi encontrado na floresta da cidade belga de Dilsen-Stockem, numa área onde foram feitas buscas após a descoberta do seu veículo abandonado.

Em 25 de maio, a ministra belga da Defesa, Ludivine Dedonder, expressou preocupação com a mobilização nas redes sociais de membros e antigos membros do Exército, a favor do militar de extrema-direita em fuga, após fazer ameaças contra um virologista.

"Apoiá-lo é apoiar um homem que ameaça ferir e matar pessoas inocentes. É lamentável que alguns soldados ou ex-militares tenham demonstrado o seu apoio. Eles prejudicam a reputação e a honra dos 25.000 homens e mulheres que fazem parte da Defesa", afirmou Dedonder, referindo-se também a uma onda de "apoio preocupante" na Internet.

A fuga de Jurgen Conings desprestigiou as autoridades belgas, uma vez que este militar experiente conseguiu não só enganar outros militares e agentes da polícia, como também teve tempo de armazenar várias armas de grande calibre em armazéns, antes de desaparecer.