EUA: delegação russa vai à Coreia do Norte oferecer comida em troca de armas
Porta-voz de segurança nacional dos EUA denuncia alegado acordo entre Moscovo e Pyongyang
A Rússia vai enviar uma delegação à Coreia do Norte para oferecer comida em troca de armas, denunciou esta quinta-feira o porta-voz de segurança nacional dos EUA, John Kirby.
Kirby sublinhou ainda que qualquer acordo de armas entre a Coreia do Norte e a Rússia violaria as resoluções do Conselho de Segurança da ONU.
Esta não é a primeira vez que os EUA acusam a Coreia do Norte de fornecer armas aos militares russos na Ucrânia e ao grupo Wagner de mercenários russos, alegações negadas por Pyongyang. Kirby disse que os EUA estão a monitorizar a situação e o suposto acordo de perto.
Também esta quinta-feira a Casa Branca revelou a identidade de um homem eslovaco supostamente intermediário de acordos entre Moscovo e Pyongyang.
John Kirby disse que o homem, identificado como Ashot Mkrtychev, de 56 anos, natural de Bratislava, esteve a trabalhar na intermediação de venda de armas e de acordos de troca entre os dois países entre o final de 2022 e o início deste ano.
"Com o apoio das autoridades russas, Mkrtychev tem tentado intermediar um acordo secreto de armas entre a Rússia e a Coreia do Norte", disse o porta-voz de segurança nacional dos EUA..
Em discussão estava a possibilidade de a Coréia do Norte enviar "mais de duas dúzias" de tipos de armas e munições para a Rússia, de acordo com o Tesouro dos EUA, que colocou o nome de Mkrtychev na sua lista negra de sanções. Em troca, acrescentou, Pyongyang poderia obter dinheiro, aeronaves comerciais, commodities e matérias-primas.
Kirby não precisou se algum acordo foi concluído nem detalhou as armas específicas envolvidas.
Ser colocado na lista de sanções do Tesouro isola Mkrtychev do sistema financeiro dos EUA e também coloca em risco qualquer pessoa que forneça apoio a Mkrtychev.
"A ação de hoje é uma mensagem clara de que os Estados Unidos não cederão em atacar aqueles que fornecem apoio à agressão da Rússia e à guerra brutal contra a Ucrânia", disse o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken. "Continuaremos a identificar, expor e combater as tentativas russas de adquirir equipamento militar (da Coreia do Norte) ou de qualquer outro estado que esteja preparado para apoiar sua guerra na Ucrânia", disse em comunicado.