Internacional
29 janeiro 2023 às 11h41

Coreia do Norte nega estar a fornecer armas à Rússia

Um alto-funcionário norte-coreano advertiu os Estados Unidos de que vão enfrentar um "resultado realmente indesejável" se persistirem em difundir o que chamou de "rumores inventados".

DN/AFP

A Coreia do Norte negou este domingo estar a fornecer armas a Moscovo, depois de os Estados Unidos afirmarem que o país asiático envia foguetes e mísseis a membros do grupo paramilitar russo Wagner.

Washington designou no início do mês o grupo Wagner como uma "organização criminosa transnacional", citando os seus acordos de armas com Pyongyang, que violam resoluções do Conselho de Segurança da ONU.

A Casa Branca divulgou fotos da inteligência americana de comboios a chegar à Coreia do Norte, a recolher uma carga de foguetes de infantaria e mísseis e a voltar para a Rússia, segundo o porta-voz de segurança nacional, John Kirby.

Num comunicado divulgado pela agência estatal de notícias da Coreia, um alto-funcionário norte-coreano refutou as acusações e advertiu os Estados Unidos de que vão enfrentar um "resultado realmente indesejável" se persistirem em difundir o que chamou de "rumores inventados".

"Tentar manchar a imagem da Coreia do Norte, ao fabricar algo inexistente é uma provocação grave que nunca pode ser permitida e que não pode mais que provocar uma reação", disse Kwon Jong Gun, diretor-geral do Departamento de Assuntos sobre os Estados Unidos.

Ao lado da China, a Rússia é um dos poucos aliados internacionais da Coreia do Norte.

Além da Síria e da Rússia, a Coreia do Norte é o único país que reconheceu a independência das regiões separatistas de Lugansk e Donetsk, apoiadas pela Rússia no leste da Ucrânia.

A Rússia, um dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, é contrária à intensificação das sanções internacionais contra a Coreia do Norte e, inclusive, defende a redução das medidas por motivos humanitários.

Numa reunião este domingo em Seul com o ministro sul-coreano das Relações Exteriores, Park Jin, o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, expressou preocupação com a postura de Pyongyang, tanto pelos "perigosos" testes nucleares como pelo seu apoio ao esforço bélico da Rússia" na Ucrânia.

Em setembro, o líder norte-coreano Kim Jong Un declarou seu país como um Estado nuclear "irreversível". O regime de Pyongyang executou testes de armas que violam as resoluções do Conselho de Segurança da ONU durante quase todos os meses do ano passado, incluindo o lançamento do seu míssil balístico intercontinental mais desenvolvido.