Internacional
25 maio 2022 às 06h06

Sobe para 21 o número de mortos no tiroteio numa escola do Texas, incluindo 19 crianças

Segundo o governador do estado, o suspeito do ataque, um adolescente local, também está "morto".

DN/Lusa

Pelo menos 21 pessoas morreram, incluindo 19 crianças e dois adultos, segundo um novo balanço do tiroteio que ocorreu esta terça-feira numa escola primária na cidade na cidade de Uvalde, no estado norte-americano do Texas.

O senador estatal Roland Gutierrez explicou que foi informado pela polícia sobre o mais recente balanço, que eleva o total para 21 mortes.

Gutierrez não especificou, no entanto, se o atirador de 18 anos, que foi abatido pelas autoridades, está incluído neste último relatório.

Três pessoas que ficaram feridas no ataque estão hospitalizadas em estado grave, acrescentou o senador à agência Associated Press (AP).

A informação sobre o tiroteio foi inicialmente confirmada pelo governador do Texas, Greg Abbott, numa conferência de imprensa na qual especificou que o atirador tinha 18 anos.

"Ele [o atirador] disparou e matou, de forma horrível, incompreensível, 14 alunos e matou um professor", disse, na altura, o governador.

O suspeito residente em Uvalde entrou no estabelecimento de ensino com um revólver e possivelmente uma espingarda e abriu fogo, de acordo com Greg Abbott.

O governador do Texas adiantou que o jovem de 18 anos terá sido morto pelas forças policiais que responderam, mas o caso ainda está a ser investigado.

O presidente norte-americano, Joe Biden, ordenou esta terça-feira que as bandeiras do país sejam colocadas a meia haste devido ao massacre na escola.

Biden, que se encontrava a caminho de Washington após uma viagem pela Ásia, ordenou que a bandeira dos Estados Unidos fosse colocada a meia haste na Casa Branca, assim como em todos os edifícios oficiais, instalações militares e navios de guerra, até ao pôr do sol de quinta-feira, 28 de maio.

Num comunicado, o chefe de Estado norte-americano anunciou que tomou essa decisão como uma "demonstração de respeito pelas vítimas dos atos de violência sem sentido perpetrados em 24 de maio de 2022 por um atirador na Robb Elementary School em Uvalde, Texas".

Mais tarde, já em terreno norte-americano, Biden fez um discurso à nação em que defendeu que "tiroteios em massa não acontecem em mais lugar nenhum do mundo com a frequência que acontecem na América" e pediu que o país enfrente o 'lobby' das armas.

"Outro massacre numa escola primária do Texas. Lindas e inocentes crianças do segundo, terceiro e quarto ano. (...) Como nação, temos que perguntar: quando, em nome de Deus, vamos enfrentar o 'lobby' das armas?", disse, confessando que quando se tornou Presidente não esperava ter de fazer este tipo de declarações novamente..

Biden questionou então o facto de outros países ao redor do mundo não terem o mesmo problema com tiroteios em massa.

Outros países "têm problemas de saúde mental. Há disputas domésticas em outros países. Eles têm pessoas perdidas. Mas esses tipos de tiroteios em massa não acontecem com a frequência que acontecem nos Estados Unidos. Porquê? Porque é que estamos dispostos a viver com essa carnificina? Porque é que continuamos a deixar isso acontecer?", indagou.

"Onde, em nome de Deus, está a nossa espinha dorsal para ter coragem de lidar e enfrentar os lobistas? (...) Há muito que não sabemos sobre este tiroteio, mas há muito que sabemos: pais não voltarão a ver os seus filhos, pais que nunca serão os mesmos. Perder um filho é como ter uma parte da alma arrancada", acrescentou.

O chefe de Estado disse então estar "cansado" deste tipo de crimes no país e apelou à ação para travar "esta carnificina".

"Temos de ter coragem para nos levantarmos contra esta indústria. (...) Temos de fazer mais. É errado um miúdo de 18 anos poder entrar numa loja e comprar uma arma", frisou.

Antes, a vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, disse "basta" e pediu "coragem para agir" sobre a regulamentação de armas.

"Basta, já é demais. Os nossos corações continuam partidos", salientou Kamala Harris, numa referência aos tiroteios em escolas que se repetem ano após ano nos Estados Unidos.

"Devemos encontrar coragem para agir e entender o nexo do que constitui uma política pública razoável e sensata", acrescentou a vice-presidente norte-americana, num discurso dirigido ao Congresso, que tem sido incapaz de aprovar uma lei sobre as armas no país, apesar das repetidas tragédias.

Visivelmente afetada, Kamala Harris destacou que sempre que acontece uma tragédia como esta é de ficar com o coração partido, mas, lembrou, essa dor não se compara com o "que as famílias das vítimas passam".

"E, mesmo assim, isto continua a acontecer", lamentou a vice-presidente dos Estados Unidos.