Adiada novamente extração de combustível fundido da central nuclear japonesa de Fukushima
O plano era começar este ano a remover combustível fundido e outros resíduos radioativos de um dos reatores, o que já tinha sido adiado. Prevê-se agora o possível início da extração para o final do próximo ano ou início de 2024.
Os trabalhos de remoção do combustível fundido da central nuclear devastada de Fukushima, no nordeste do Japão, foram novamente adiados para garantir a segurança do projeto, disse o operador da central.
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A Tokyo Electric Power Company (Tepco) tinha planeado começar a remover combustível fundido e outros resíduos radioativos de um dos reatores este ano, uma data já adiada uma vez em relação ao objetivo original de 2021.
Mas o operador disse, na quinta-feira, precisar de um "período de preparação adicional" de 12 a 18 meses, remetendo o possível início da extração para o final do próximo ano ou início de 2024.
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O adiamento foi necessário "para melhorar a segurança e garantir o êxito" da busca dentro dos reatores e a recuperação do combustível fundido, indicou.
Os engenheiros estão a completar os preparativos para a utilização de um braço robótico especialmente concebido para esta missão ultra delicada, incluindo ajustamentos à velocidade e precisão, disse a Tepco.
Desenvolvido no Reino Unido pela Veolia Nuclear Solutions e pela Mitsubishi Heavy Industries, o braço robótico de 20 metros de comprimento foi entregue em julho passado, já com um atraso devido à pandemia da covid-19.
A 11 de março de 2011, um poderoso sismo no nordeste do Japão desencadeou um enorme tsunami que se abateu sobre a central nuclear de Fukushima Daiichi, causando o pior acidente nuclear do mundo desde Chernobyl, em 1986.
A Tepco, o governo japonês e uma série de empresas de engenharia estão a trabalhar para desmantelar os reatores danificados em Fukushima, o que deverá demorar entre 30 a 40 anos.
Além deste processo, as autoridades japonesas têm em mãos uma outra operação: o tratamento e a eliminação da água contaminada na central e que deverá ser progressivamente lançada no oceano, ao longo de várias décadas, sob a supervisão da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA).
Mais de 18 mil pessoas morreram ou desapareceram, na sequência do sismo e o tsunami de 2011, no nordeste japonês.