A Iniciativa Liberal (IL) vai propor uma alteração à proposta de Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) para que os contribuintes possam passar a fazer donativos voluntários e anónimos a entidades da Administração Pública que considerem merecedoras de apoio..Essa medida, que está incluída num pacote de alterações que serão votadas na fase de especialidade do OE2025, implica a criação de um portal seguro e é apontada pelos liberais como uma forma de "reforçar a solidariedade civil e o voluntarismo financeiro, incluindo contribuições de cidadãos estrangeiros interessados em apoiar o sector público".."Além de aumentar a cooperação, este mecanismo servirá como indicador de satisfação e prioridades dos cidadãos em relação aos serviços públicos, preservando a independência e liberdade individual através do anonimato", defendem os liberais, alargando esse "voluntariado financeiro" em prol das boas práticas no Estado aos cidadãos estrangeiros..Este programa de atribuição de donativos anónimos a entidades da Administração Pública está integrado nas propostas de alteração dos liberais ao OE2025 que dizem respeito à Reforma do Estado. E que também incluem uma redução do número de funcionários públicos em funções administrativas, "visando conter o aumento dos custos de pessoal e promover a eficiência orçamental", impondo a regra de uma contratação por cada duas saídas voluntárias, uma auditoria ao Estado para eliminar "duplicações e estruturas inativas" e um incentivo às poupanças geradas por iniciativas dos funcionários públicos..Também serão apresentadas propostas de alteração ao OE2025 - que foi aprovado na generalidade só com votos favoráveis do PSD e do CDS, e a abstenção do PS - para um novo programa de privatizações e concessões do transporte ferroviário e fluvial, para a privatização da TAP, para o fim dos benefícios fiscais dos partidos e redução de subvenções de campanha e para a redução do imposto sobre produtos petrolíferos e energéticos, destinando-se a "mitigar o impacto do recente aumento da taxa de carbono sobre os consumidores"..IRC em 12% e IRS em 15%.No que toca a medidas para as empresas, a IL quer uma taxa única de IRC de 12% para todas as empresas, tirando as sujeitas ao Regime do Imposto Mínimo Global, procurando-se "aumentar a competitividade fiscal de Portugal, simplificar o sistema tributário e atrair investimento". E também revogar a derrama estadual e eliminar as tributações autónomas no IRC..No que toca aos contribuintes em nome individual, os liberais propõem uma taxa única de 15% de IRS, com deduções ajustadas pelo número de dependentes, eliminando exceções como o Regime dos Residentes não Habituais. E, no que toca aos rendimentos de trabalho suplementar e de trabalhadores independentes que acumulem atividade por conta de outrem, uma taxa reduzida de 15%, isentando-se ainda as contas poupança reforma de impostos, numa medida assumidamente inspirada no regime em vigor no Reino Unido, permitindo que os cidadãos depositem até 20 mil euros anuais em contas com isenção de impostos sobre os ganhos obtidos..Além disso, como já fora anunciado, a IL defende a eliminação do Adicional ao Imposto Municipal sobre Imóveis, também conhecido por "Imposto Mortágua", que incide sobre quem tenha património imobiliário com valor tributário superior a 600 mil euros. E propõem ainda reduzir a tributação sobre rendimentos prediais, de 25% para 15% nos arrendamentos habitacionais, e de até 1% para contratos de longa duração..Ainda para as famílias, no que toca ao cheque creche, os liberais querem permitir que os pais escolham qualquer creche da rede, pública, privada ou solidária, sem limitações de concelho ou freguesia de residência. E propõem consolidar os "vales infância" e os "vales educação" num só "vale ensino", para apoiar despesas educativas, garantindo isenção de IRS e majoração de custos para as empresas em sede de IRC.