Hostmaker chegou a Lisboa e ambiciona gerir mil casas em quatro anos
Nasceu há quatro anos no Reino Unido, com o objetivo de gerir casas em alojamento local mas com o “selo” do que se faz em hotéis por todo o mundo. Os meses foram passando e a expansão para outros mercados foi acontecendo. Há três meses chegou à capital portuguesa. E as metas são claras.
Nakul Sharma trabalhou durante vários anos no setor hoteleiro. Em 2013, percebeu que havia muito dinheiro a convergir para as plataformas de alojamento local de curta direção, nomeadamente porque a forma como as pessoas viajam em lazer mudou.
“Há dez anos, se eu viesse a Lisboa e não falasse a língua, confiaria no concierge do hotel para ajudar-me ou em alguém que realmente conhecesse a cidade. Mas agora, tudo está no nosso telefone. Isso aumenta a confiança de um estrangeiro de que está numa cidade de forma segura”, conta Nakul Sharma ao Dinheiro Vivo.
Somos “mais aventureiros, queremos viajar mais, e isso significa que já não precisas de serviços que eram anteriormente fornecidos pelo conceito de hotel”. Além disso, com o encarecimento do preço das casas, defende, as pessoas vão procurar formas de tentar encontrar um meio de ajudar a financiar os imóveis. “E pensam: de fato viajo muito e isto não é apenas só o meu espaço pessoal e privado - 70% do tempo é a minha casa mas 30% do tempo outra pessoa pode viver”. Isto aqui acabou por conduzi-lo à ideia de criar um serviço que trabalhe tanto para o proprietário da casa como para a pessoa que vai ocupá-la durante um período de tempo.
“Queremos ser uma empresa de hotel, não apenas o concierge. Os proprietários de casas vêm ter connosco devido às nossas experiências em hospitalidade, e especialização em preços além de estarmos a entregar um ótimo serviço aos convidados”.
O líder da startup diz ainda que têm observado, da experiência que têm tido, que pelo fato de as casas estarem mobiladas, os imóveis em que a empresa trabalha são procurados não apenas por pessoas que têm interesse em arrendamentos curta duração, mas também de médio prazo.
A Hostmaker fornece serviços de limpeza, check-in e manutenção das casas, sendo que faz também consultoria na área de vendas e nas operações. Conta, ainda, com uma equipa de design de interiores que faz uma otimização dos espaços e cria uma estratégia ao nível dos preços, bem como que as necessidades dos arrendatários vá ao encontro do imóvel. Para isso, contrata pessoas dos países onde está. No caso de Lisboa, contratou já 15 pessoas, sendo que pretende chegar às 60 até ao final do ano.
Nakul Sharma não esconde que um dos motivos que fez a empresa expandir as suas operações foi o turismo, mas não só. “O turismo é um dos motivos até porque nos últimos anos Lisboa reanimou; está a investir em si própria, os visitantes estão a ver isso. Do ponto de vista de destino de negócios há muito investimento a acontecer aqui para empresas pequenas e jovens. Estamos a ver que muito investimento aconteceu em Lisboa e geralmente os mercados que escolhemos são as principais capitais”, diz ao Dinheiro Vivo.
O responsável assume que, neste momento, “sentimos que não há realmente concorrência local significativa” e que nos planos está a ambição de ter cerca de mil casas sob gestão na zona de Lisboa, sendo que, por esta altura, tem cerca de uma centena. “Queremos alcançar cerca de mil na cidade sob gestão nos próximos três a quatro anos. No final deste ano queremos ter entre duzentas e trezentas e o triplo disso nos próximos anos. Isso é um grande desafio. Não há ninguém nos nossos mercados que esteja nesse nível. Independentemente do mercado para que vamos há um grande desafio para nós. Essa é a nossa ambição, queremos ser o 'player' número um. Mas ao mesmo tempo queremos garantir que a qualidade do nosso serviço é elevada”.
Além de estar no Reino Unido e em Lisboa, a Hostmaker está também em Barcelona, Roma, Paris, Florença, Cannes, Madrid.