Iniciou a carreira no BESI, esteve na Schroders em Portugal, saiu do governo e concluiu nesta semana a venda da posição de 43,5% na gestora Dunas Capital, da qual foi cofundador em 2010. Leonardo Mathias está de regresso ao sector privado..“Estas experiências mudaram-me, os horizontes e deram-me uma visão diferente para a economia, que vai muito para lá dos mercados financeiros, onde se centrou a minha experiência até ir para o governo”, afirma ao Dinheiro Vivo..Contando agora com um conjunto de competências mais vastas, o gestor revela: “O meu rumo passará por ajudar empresas internacionais que começaram a olhar para Portugal e que querem fazer investimentos na chamada economia real, e empresas portuguesas que precisam de se internacionalizar e exportar.” Na prática, quer fazer a ponte entre investidores estrangeiros e empresas portuguesas até porque, garante, “há falta de capital em Portugal e é preciso atraí-lo”..Leonardo Mathias revela: “Não tenho ainda nada em vista, nada na manga” mas, a caminho dos 50 anos, diz ter tomado “a decisão de ficar em Portugal, onde existem bons negócios”, apesar de “ter recebido convites de Nova Iorque e Londres na área de investimentos”..Depois de uma experiência governativa que qualifica de “muito rica e gratificante”, Leonardo Mathias vê com “normalidade” a atual incerteza política nacional. “É preciso deixar a democracia funcionar e o Presidente da República precisa de tempo. Mas é preciso que tudo seja bem feito”, defende, apesar de considerar que “o potencial da nossa economia existe, há confiança em Portugal e agora é necessária uma maior visibilidade para que os investimentos possam arrancar”.