O Governo, através do ministro das Finanças, diz que mantém a confiança no governador do Banco de Portugal (BdP), apesar de manter uma total discordância face à solução que Carlos Costa desenhou e implementou para "completar" a resolução do Novo Banco..O banco central enviou para o banco mau (BES) cinco linhas de obrigações, o que enfureceu vários fundos de investimento e bancos globais. Além disso a decisão também acarretará perdas para investidores mais pequenos, além desses institucionais..Esta quinta-feira, em declarações aos jornalistas em Bruxelas, à saída do Eurogrupo (conselho de ministros das Finanças da zona euro), o ministro Mário Centeno, foi questionado diretamente sobre se mantém a confiança no governador do Banco de Portugal depois do que aconteceu no final de dezembro..Segundo a Bloomberg, o Governo teve entretanto uma reunião com alguns dos grandes investidores globais que se sentiram chocados ou lesados com a decisão do BdP no Novo Banco, onde a criticou de forma frontal, distanciando-se assim ainda mais de Carlos Costa, que ficou muito isolado, sobretudo depois de o BCE ter vindo a público também dizer que não teve nada a ver com a decisão do banco central nacional.."A questão foi dirimida".Centeno veio hoje descongestionar o ambiente, dizendo que a questão da confiança do Governo em Costa já não se coloca, está extinta. O assunto foi resolvido a nível institucional, disse.."O que o Governo disse nessa reunião [em Londres, onde estavam gigantes da alta finança como Morgan Stanley, Blackrock, Pimco], e foi transmitido desta forma ao governador, foi que o ministério via dificuldades e com preocupação a solução que tinha sido adotada pelo governador do Banco de Portugal", declarou o ministro em Bruxelas.."Relativamente à questão que me colocou [se mantém a confiança], ela foi dirimida nas instâncias que têm de ser institucionais em Portugal", reforçou Centeno, que assim parece dar o caso por encerrado..O ministro acrescentou que "é preciso agora é concentrar-nos naquilo que foi hoje, por exemplo, o leilão de dívida pública", no qual Portugal conseguiu colocar quatro mil milhões de euros a "uma taxa de juro que acompanha as dos últimos tempos". "Isso é um sinal muito positivo, de confiança dos mercados no país."