Governo insiste que apenas negociará com os bombeiros "quando houver condições" de diálogo
O ministro da Presidência revelou hoje que as negociações com os bombeiros sapadores não têm ainda data para ser retomadas, na sequência dos protestos na semana passada, e que apenas o serão quando o Governo considerar que “estão reunidas as condições de diálogo”.
António Leitão Amaro falava à margem da Grande Conferência do DN sobre Cibersegurança, na Fundação Oriente, durante a qual apresentou o plano do governo sobre segurança cibernética e a nova legislação que vai existir sobre o tema.
Questionado pelos jornalistas sobre se já há indicação sobre um retomar das negociações com os bombeiros, Leitão Amaro recordou que “para já, continuamos com as negociações suspensas”. “Não há novidades nesse plano”.
“Aquilo que aconteceu em termos de interferência e tentativa de pressão ilegítima – e ilegal, já agora – sobre um processo negocial, foi totalmente desadequado e o Governo está a avaliar”, disse Leitão Amaro, numa referência à manifestação de centenas de bombeiros sapadores perto e no exterior do edifício onde decorriam as negociações do governo com os seus representantes sindicais. Nesse protesto foram lançados fumos e petardos, mesmo perto de cidadãos e jornalistas que circulavam na zona. Uma jornalista que cobria o protesto foi atingida por um petardo no pé.
“No momento adequado, [essas condições] serão conhecidas. E quando entendermos que estão reunidas as condições para a negociação ser feita com as mesmas condições de diálogo”, sublinhou o ministro perante a insistência dos jornalistas.
Sobre o que ainda falta para haver essas condições, Leitão Amaro disse que o governo vai fazer uma avaliação sobre o tema. “Seguramente que aquilo que se passou na semana passada não é aceitável. E o governo não negoceia sobre coação, sob formas de pressão ilegítimas, ilegais. É até um desrespeito por todos os outros sindicatos, representantes dos trabalhadores que têm feito e muito bem e com grande sentido institucional, negociações cordatas e sem formas ilegítimas de pressão”, concluiu.
O Diário de Notícias, a Ordem dos Economistas e a SEDES organizam, nesta segunda-feira (9 de dezembro), uma Conferência sobre o Novo Regime Jurídico da Cibersegurança em Portugal, que decorrerá no Auditório da Fundação Oriente em Lisboa.
A nova legislação resulta de uma diretiva europeia, a NIS 2, que aperta as regras e a fiscalização às vulnerabilidades de cibersegurança no setor público e privado, atribuindo mais responsabilidades aos mais altos dirigentes das diversas entidades.