Gas Natural Fenosa abdica da presidência para acelerar fusão com a EDP

O negócio não convence o Governo português
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A criação de um gigante ibérico da energia pode estar cada vez mais próxima. Segundo avança esta quinta-feira o jornal espanhol El Confidencial, Isidre Fainé, presidente da Gas Natural Fenosa, estará disposto a ceder à EDP a presidência da empresa que resultar da fusão das duas energéticas.

O jornal espanhol, que cita "fontes próximas das negociações", escreve hoje que Fainé terá reunido recentemente com António Costa no sentido de convencer o primeiro-ministro sobre as vantagens do negócio.

De Lisboa, o ex-presidente do CaixaBank não terá recebido luz verde, adianta o periódico. O Governo terá argumentado que com a fusão a EDP perderia a identidade nacional, e que neste momento, após a venda da Portugal Telecom à Altice, só existem mais duas empresas, Galp e Caixa Geral de Depósitos, com esse estatuto.

Costa terá sublinhado que a perda de controlo da EDP vai contra a vontade dos acionistas, que preferem manter a gestão da empresa em Portugal.

A solução encontrada por Fainé terá sido oferecer à EDP a presidência da empresa que resultar da fusão das duas gigantes ibéricas da energia, ato que o El Confidencial classifica como "generoso".

A notícia da possível união das duas empresas surgiu no verão do ano passado. Na altura, ambas as empresas desmentiram os contactos. Em setembro, o jornal Expansión noticiava que Fainé teria ido entretanto à China reunir-se com os responsáveis da China Three Gorges, principal acionista da EDP, no sentido de avançar com as negociações.

A fusão da EDP com a Gas Natural Fenosa daria origem à quarta maior energética da Europa, avaliada em 35 mil milhões de euros. O objetivo dos espanhóis é concorrer no mercado em pé de igualdade com as grandes energéticas de Itália, Alemanha ou França.

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