FC Porto regressou aos lucros na temporada passada

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A SAD do FC Porto voltou aos lucros na temporada passada. As contas consolidadas hoje apresentadas revelam um resultado líquido positivo de 20,3 milhões de euros em 2012/13, valor que compara com um prejuízo de 35,7 milhões de euros em 2011/12. Entre os fatores que contribuíram para este desempenho, destaque para o 'cash flow' operacional (EBITDA), que passou de 12,2 milhões de euros para 58,2 milhões de euros, sinal de que a capacidade de autofinanciamento da SAD portista se reforçou de forma expressiva.

Sublinhado igualmente por Angelino Ferreira, administrador da SAD, foi o facto de os proveitos operacionais, excluindo transações de passes de jogadores, terem atingido os 78,4 milhões de euros, verificando-se um aumento de 257 milhões de euros face ao exercício anterior. Destaque aqui para o aumento das receitas obtidas com as provas da UEFA, que se cifraram em 20,3 milhões, bem acima dos 14,2 milhões da época anterior. Pela negativa, destaque para a quebra na receita com as bilheteiras, onde se registou uma perda em torno dos quatro milhões de euros, para 6,5 milhões de euros. "A quebra na receita com a venda de bilhetes deve-se ao aumento do IVA e ao contexto económico em que vivemos", salientou Angelino Ferreira, durante a apresentação de contas realizada hoje de manhã no Estádio do Dragão.

Dentro das expectativas esteve a receita apresentada com a venda de jogadores, nomeadamente de James Rodriguez e João Moutinho ao Mónaco. Neste item da receita, o FC Porto obteve 76,4 milhões de euros, valor que contrasta positivamente com os 29,1 milhões de euros obtidos na época 2011/12. As amortizações e perdas com desvalorizações de passes de jogadores representaram -26,5 milhões de euros (-36,1 milhões em 2011/12).

Os proveitos operacionais, que incluem não só bilheteira e provas da UEFA mas também merchandising, televisão, entre outros itens, subiram de 72,1 milhões para 78,4 milhões. Os custos com salários aumentaram de 49,9 milhões para 54 milhões de euros. Ainda assim, a SAD portista continua dentro do valor recomendado pela UEFA (70%) para o rácio "salários vs. proveitos operacionais".

Os custos operacionais do clube, que incluem não só despesas com pessoal como também, por exemplo, provisões e perdas e amortizações, aumentaram cinco milhões de euros, para um total de 96,5 milhões. Angelino Ferreira alertou para o facto de os orçamentos de outros clubes poderem surgir na comunicação social como sendo menos de metade do apresentado pelo FC Porto, numa referência direta ao rival Benfica, mas que tal se deve a uma maior clareza nas contas portistas. "O orçamento é a previsão dos gastos e muitas vezes as contas apresentadas no final do exercício não batem certo. O orçamento de um clube não se pode cingir aos custos com jogadores. Há custos operacionais a imputar às contas", sublinhou o administrador da SAD.

O capital próprio da SAD passou de negativo, em -12,6 milhões, para positivo, alcançando os 7,6 milhões em junho de 2013, enquanto o passivo total diminuiu no espaço de um ano de 223,4 milhões para 220,2 milhões de euros. O FC Porto tinha a meio do ano corrente uma dívida obrigacionista de 40 milhões e bancária na ordem dos 56 milhões de euros, embora tivesse do lado do ativo 23,9 milhões de euros em caixa. Embora o passivo atinja os 220,2 milhões, o ativo estava a 30 de junho último nos 227,8 milhões de euros, valor que compara com os 210,7 milhões do exercício de 2011/12.

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