Fábrica de Mangualde não é afectada por despedimentos na Peugeot Citroën
A Peugeot Citroën planeia suprimir no próximo
ano 6 mil postos de trabalho na Europa,
inserido num programa de redução de custos devido à crise no mercado europeu. Em Portugal a PSA garante que não tem previsto despedimentos mas a
administração da fábrica de Mangualde lembra que a realidade pode ser alterada
no próximo ano.
A medida é exclusiva para a Europa e
deve-se à crise que assola o mercado europeu.
A intenção foi ontem transmitida aos trabalhadores, reunidos
em Paris, e assenta num plano com o qual o construtor francês pretende cortar
800 milhões de euros nos custos de produção do próximo ano. Metade deste valor será obtido com a supressão dos postos de trabalho, estimados
em 2500 efectivos e outros tantos sem vínculo contratual.
No comunicado, a PSA adiantou
ainda que tenciona despedir mil colaboradores ligados à produção de automóveis.
A PSA assegura que a reestruturação pretende "simplificar as estruturas do
grupo" e adiou, para mais tarde, o impacto da medida nas fábricas do grupo em
Portugal, Espanha e França. Em Mangualde a reestruturação já foi feita e a
administração já é partilhada, nalguns sectores, com a fábrica de Vigo. Medidas
que afastarão o cenário de despedimentos, como garantiu o administrador financeiro da
fábrica de Mangualde.
Elísio Oliveira disse à TSF que "não tem indicações para
despedimentos em terras lusas". Na empresa estão agora 1300 trabalhadores e a
situação "está estabilizada. Julgamos chegar ao final do ano com 50 mil
veículos produzidos, mais três mil que no ano passado, e isso dá-nos algumas
garantias".
O administrador reconhece que "o mercado apresenta alguma
volatilidade, mas tencionamos produzir no próximo ano 250 veículos por dia, com
o mesmo número de trabalhadores", acrescentou.
No primeiro semestre deste ano saíram de Mangualde 28 037
veículos, o que representou um aumento de 18,5% face ao período homólogo de
2010.
As expectativas da unidade que fabrica os modelos Citroën
Berlingo e Peugeot Partner são animadoras e o incremento da produção levou
mesmo a fábrica de Mangualde a retomar o terceiro turno de laboração, suprimido
em 2008, e a fechar o primeiro semestre deste ano com um volume de negócios de
220 milhões euros.
A PSA de Mangualde atravessou uma fase difícil em 2008, que
se prolongou até finais de 2009, com o despedimento de 500 trabalhadores. Só em
Setembro deste ano, quando entrou ao serviço o terceiro turno, o número de
operários atingiu os 1300.