Ministra da Juventude e Modernização, Margarida Balseiro Lopes
Ministra da Juventude e Modernização, Margarida Balseiro LopesANTÓNIO COTRIM/LUSA

Estratégia Digital prevê que 80% das pessoas tenham competências digitais básicas até 2030

No âmbito da Estratégia Digital Nacional, a ministra da Juventude e Modernização anunciou um novo projeto-piloto para ensinar programação, robótica e conteúdos relacionados com a inteligência artificial a alunos de 10 concelhos durante os períodos de interrupção letiva.
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O Governo aprovou esta quinta-feira a Estratégia Digital Nacional, que tem horizonte de aplicação até 2030 e que prevê que até lá 80% das pessoas tenham competências digitais básicas, e um plano de ação para 2025 e 2026.

O anúncio foi feito pela ministra da Juventude e Modernização, Margarida Balseiro Lopes, após a reunião de Conselho de Ministros.

No que respeita à dimensão as pessoas, a meta é ter até 2030 "80% das pessoas", entre os 16 e os 74 anos, pelo menos, com competências digitais básicas.

A governante adiantou que atualmente cerca de 44% das pessoas têm competências digitais básicas.

Outra das metas é que em 2030 os especialistas em tecnologias de informação e comunicação constituam 7% da população empregada e pelos 30% sejam mulheres.

Em termos de infraestruturas, uma cobertura "de 100% do território nacional" abrangidas por redes de alta velocidade em 5G e ter 75% das empresas a adotar serviços de computação em 'cloud' (nuvem).

Na área da cibersegurança, "precisamos de garantir que toda a Administração Pública tem meios, recursos" para responder a incidentes que ocorram no futuro, sublinhou a ministra.

Para o efeito vai haver uma "bolsa de horas" para garantir o apoio necessário em caso de incidentes.

"O nosso objetivo é acelerar a transição digital", afirmou.

Governo vai lançar projeto-piloto para ensino de IA e programação em 10 concelhos

Ainda no âmbito da Estratégia Digital Nacional, a ministra da Juventude e Modernização anunciou um novo projeto-piloto para ensinar programação, robótica e conteúdos relacionados com a inteligência artificial  a alunos de 10 concelhos durante os períodos de interrupção letiva.

O objetivo é reforçar a formação e retenção de jovens qualificados, passando dos atuais 4,5% de trabalhadores na área das tecnologias de informação e comunicação para 7% até 2030.

De acordo com Margarida Balseiro Lopes, no próximo ano será lançado um projeto-piloto em 10 concelhos, que a ministra não identificou, para "aproveitar as férias escolares para ensinar crianças e jovens conteúdos relacionados com robótica, programação e inteligência artificial".

"Sabemos que já acontece com alguns jovens cujos pais têm capacidade financeira para custear estas oportunidades, mas temos de garantir a igualdade de oportunidades", justificou a ministra.

O projeto será desenvolvido pelo Instituto do Desporto e Juventude, com o apoio da Agência para a Modernização Administrativa, e será integrado no atual programa de ocupação de tempos livres, em que o Governo identificou uma ausência de resposta ao nível do digital.

"São atividades fora de uma educação mais formal que permitam que a pausa educativa seja uma oportunidade para ganhar outras competências", sublinhou.

No que diz respeito às escolas, Margarida Balseiro Lopes referiu também que o plano de ação para 2025-2026 prevê igualmente a revisão dos currículos para reforçar o ensino de conteúdos digitais, sem adiantar mais detalhes.

Questionado sobre a existência de 45 mil computadores avariados nas escolas, o ministro da Educação, Ciência e Inovação explicou que esse número resulta de um levantamento pedido pela tutela e que as verbas para a aquisição ou reparação dos equipamentos já foram transferidas para as escolas.

"A verba foi transferida para as escolas para, com flexibilização, poderem responder a essa necessidade, alterando o que estava a acontecer até aqui, que era a tentativa de o Ministério, sistematicamente, fazer um concurso nacional, e que interrompi porque já tinha falhado duas vezes", disse Fernando Alexandre.

Segundo o ministro, houve escolas que não requereram qualquer verba, apesar de terem identificado necessidades, e, nesses casos, a tutela pediu "que respondessem por escrito porque não precisavam da verba para responsabilizar os diretores caso houvesse uma falha".

A propósito das provas de monitorização da aprendizagem e provas finais do 3.º ciclo, que este ano realizam-se em formato digital, o governante referiu que será feito um levantamento, até 10 de janeiro, das condições técnicas das escolas e em fevereiro será realizada uma prova ensaio para identificar quaisquer falhas antes das provas, entre maio e junho.  

Estratégia Digital Nacional tem investimento de 355 ME

A ministra da Juventude e Modernização afirmou que a Estratégia Digital Nacional (EDN) tem um investimento de 355 milhões de euros, montante que exclui o valor da iniciativa da Agência Nacional para a Inteligência Artificial (IA).

Margarida Balseiro Lopes falava na conferência de imprensa conjunta com o ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre, sobre medidas para a digitalização adotadas hoje em Conselho de Ministros.

A Estratégia Digital Nacional tem um investimento de "355 milhões de euros", adiantou a governante.

Neste montante "não está o valor da iniciativa da Agenda Nacional para a Inteligência Artificial porque essa agenda vai ser apresentada no primeiro trimestre de 2025, nem o valor da iniciativa da agência que está dependente do resultado do estudo que viermos a fazer", acrescentou.

Margarida Balseiro Lopes detalhou ainda que "127 milhões de euros são PRR [Plano de Recuperação e Resiliência, o Connecting Europe Facility são 217 milhões de euros, sete milhões de euros do Pessoas 2030, 2,5 milhões de euros do Orçamento do Estado".

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