Como Soraia Chaves e Maria João Bastos ficaram perto de Natália Correia e Vera Lagoa
Numa altura em que a série Três Mulheres, de Fernando Vendrell, está a pegar de estaca e a subir nas audiências, o DN juntou Soraia Chaves e Maria João Bastos, duas das protagonistas. Faltou Victoria Guerra, em viagem fora do país.
Três Mulheres é a história de Snu Abecassis (Victoria Guerra), Natália Correia (Soraia Chaves) e Vera Lagoa/Maria Armanda Falcão (Maria João Bastos). Um retrato de três mulheres que marcaram uma época e cujos caminhos acabaram por estar interligados. Trata-se de mais um triunfo da ficção da RTP e uma ótima maneira de trabalhar a memória recente da nossa História.
Não admira portanto que as duas atrizes convidadas pelo DN a falar da série estejam verdadeiramente orgulhosas: "A série tem a particularidade de ser o retrato de uma época e transporta-nos. Sinto que as pessoas gostam, o entusiasmo é genuíno. Quando vou na rua, ouço muitos elogios - as pessoas ainda têm memórias muito nítidas dessa altura", atira Soraia Chaves, enquanto Maria João Bastos sublinha a proximidade do imaginário destes tempos: "por muito que não tenha vivido nessa época, há uma familiaridade com tudo aquilo. Todos nós ouvimos as memórias do nossos familiares sobre aquelas mulheres. Dessa forma, nós, da nossa geração, acabamos por criar as nossas próprias memórias de um tempo que não vivemos. E a série triunfa por nos dar uma visão mais íntima de tudo o que se passou. E a histórias delas é fascinante! Talvez por isso, o público fique tão envolvido".
A paixão das atrizes pelas figuras que interpretam é também explícita. Soraia ficou literalmente apaixonada por Natália Correia e por tudo o que ela trouxe: "eu, Soraia, ao conhecer o percurso da Natália e das outras duas mulheres, senti que fiquei um pouco modificada! Parece que a Natália deu-me um bocado de coragem para enfrentar a vida! Senti que eram mulheres realmente livres...".
Curiosamente, em breve, quando estrear Snu, de Patrícia Sequeira, nos cinemas, vamos ter outra Natália Correia, neste caso interpretada por Ana Nave. Para Soraia, daquilo que pesquisou de Natália Correia, houve algo que a deixou surpreendida: "para além de ser uma mulher-de-armas, era também uma mulher frágil na sua ligação com o espiritual. Ao mesmo tempo, esse seu lado místico é muito bonito. Mas ao compô-la tive uma abordagem muito sensorial. Mais do que tentar saber o que era aquela mulher, tentei perceber aquilo que ela me fazia sentir...Foi muito intuitivo pois a Natália abrange este mundo e o outro".
No caso de Maria Armanda Falcão, Maria João Bastos salientou que certas coisas passaram para si: "costumo ter facilidade em desligar das personagens quando as rodagens terminam mas no caso dela ficou um sentimento de saudade...Surpreendi-me com as descobertas que fiz sobre ela. Tenho agora uma admiração tremenda pela Maria Armanda Falcão, foi um orgulho ter feio esta personagem nesta homenagem. Onde quer que esteja, ela deve estar tão feliz com esta série! Iria adorar ser falada e que houvesse uma série sobre a sua vida. Fico muito feliz por ter feito esta série! Devo também dizer que levei algum tempo a deixar de ficar com os tiques da Maria Armanda. Quando começo a falar sobre ela, dou por mim a fazer os seus gestos!!".
Depois de Três Mulheres, Soraia talvez chegue aos nossos cinemas com Vermelho Russo, filme brasileiro de Charly Braun, comédia rodada em Moscovo onde interpreta uma atriz portuguesa cansada com a forma como a sua perceção de atriz "sensual" foi montada. Um papel com óbvias aproximações biográficas. O filme para já não tem estreia entre nós confirmada, apesar de ter sido já exibido em Santa Maria da Feira, no Festival Luso-Brasileiro. "Pois, a ideia que as pessoas têm da atriz Soraia Chaves é uma personagem que o próprio público criou. Foi isso que tentei em Vermelho Russo: a pessoa real a falar da personagem, uma personagem que foi, entretanto, ganhando vida".
Em 2019, Maria João Bastos tem um projeto "top secret". Um projeto grande e fora de portas que , nesta altura, está contratualmente proibida de revelar. De recordar que a atriz portuguesa tem no currículo Mistérios de Lisboa, de Raúl Ruiz e O Veneno da Madrugada, de Ruy Guerra, obras que tiveram uma vida substancial internacionalmente.