Obra do Portinho de Angeiras só terá lugar em 2014/2020

O Portinho de Angeiras, em Matosinhos, obra cujo investimento previsto é de 3,8 milhões de euros e que há muitos anos é esperada pelos pescadores, só terá lugar no quadro comunitário de apoio 2014/2020.
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"Estamos a atravessar momentos difíceis de investimento público e, portanto, esta obra só tem lugar num quadro comunitário de apoio que se prevê que seja 2014/2020", avançou hoje à agência Lusa o diretor delegado do Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos (IPTM) da delegação Norte e Douro, Joaquim Gonçalves.

Segundo o responsável, o principal objetivo da obra do Portinho de Angeiras "é aumentar o nível de segurança da operação portuária e, ao mesmo tempo, aumentar o número de dias da operação", passando dos "110 dias/ano atuais para os 256 dias/ano de operação portuária".

"Hoje, a produtividade deste porto situa-se em 30 % de dias ao ano. Espera-se que, com o efeito desta obra, a produtividade deste porto passe para 70 por cento. Há aqui um acréscimo de produtividade, há aqui mais-valia para a economia local e regional que se espera que venha a ser apreciada também na candidatura", explicou.

Compreendendo a "grande ansiedade" em relação à obra uma vez que esta foi prometida pela primeira vez em 2001, Joaquim Gonçalves garante a total transparência neste processo e que a informação relativamente aos novos "timings" já foi transmitida a todos os agentes envolvidos, incluindo os pescadores.

"O concurso terá que ser submetido a candidatura quando essa candidatura abrir e, se estiver garantido o financiamento, obviamente que haverá condições do investimento poder assegurar essa obra", disse.

Segundo o diretor delegado, em março, o IPTM apresentou o projeto e a comunidade de pescadores local aprovou-o, tendo em junho começado os testes no Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), que estão agora na fase final e que puderam ser vistos, no local, por uma delegação de pescadores e também pelo presidente da Câmara de Matosinhos, Guilherme Pinto.

Joaquim Gonçalves acrescentou ainda que se esperam ganhos de produtividade por parte dos pescadores com a obra do Portinho de Angeiras.

"Hoje, o volume declarado de pescado aqui neste porto é de 227 mil euros. Espera-se que haja aqui um ganho de produtividade para esta comunidade e com resultados para a economia nacional", disse.

Prometido em 2001, o primeiro contrato do projeto do Portinho de Angeiras, em 2004, não mereceu, da autoridade ambiental, parecer favorável.

O projeto foi depois reformulado pelo IPTM, trabalho que ficou concluído em abril de 2009.

"Em abril de 2009, a comunidade não aceitou a nossa proposta, porque entendia que deveria ser avaliada uma nova solução, com mais 20 metros de extensão do molhe. O IPTM acolheu essa iniciativa. Os ganhos eram de 5 % de dias e um aumento na ordem dos 470 mil euros no projeto. Entendemos que não era razoável que o IPTM fizesse esse investimento só com esse ganho", explicou.

Atualmente, a comunidade piscatória tem 20 embarcações operacionais de pesca e seis de recreio, sendo composta por cerca de 40 pescadores.

Em agosto, aquando da inauguração da renovada zona piscatória de Angeiras, o presidente da Câmara de Matosinhos deixou críticas: "Por parte deste Governo, ainda houve nenhuma notícia relativamente ao portinho. Sei que o projeto está pronto e quero ver se conseguimos retirá-lo do estirador. Vamos ver se temos sorte, porque provavelmente só para o próximo Quadro Comunitário de Apoio".

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