Admirável mundo novo
1. Com o fim de Masterchef, anteontem, chegou ao fim o mais entusiasmante programa de entretenimento que a RTP teve nos últimos anos. Por ser diferente, por ser pedagógico, por falar das tradições portuguesas, porque deu a conhecer novos talentos. Com uma competente realização e montagem, o Masterchef rompeu com aquela que é a tradição dos talent shows do costume. Sem música, sem dança e outras artes performativas, foi capaz, mesmo assim, de manter o interesse, de aumentar o nível e a exigência, de alimentar a tensão junto dos espectadores. Sílvia Alberto esteve muito bem, embora, reconheça-se, o papel do apresentador neste programa seja o menos importante de todos, resumindo-se à ligação entre as imagens e pouco mais. Justa Nobre, o Chef Cordeiro e Lubomir Stanisic ganharam imensa projecção com o programa, e com ela, também, os seus restaurantes. Mas é justo reconhecer que muita da alma de Masterchef veio deles. Um bom casting é tudo neste género de formatos...
2. Não foi só a Informação dos canais generalistas que perdeu com a subida do cabo, como observava um destes dias o diário Correio da Manhã. Aliás, em rigor, a informação talvez tenha sido mesmo a que menos perdeu globalmente. Comparar os últimos seis meses com os seis meses de Inverno é comparar o incomparável: primeiro, porque a sazonalidade conta, e muito, no negócio televisivo. Em segundo porque o cabo e IPtv foram prejudicados durante anos a fio por uma deficiente medição de audiências. Com as alterações no painel da Marktest, abriu-se um admirável mundo novo.