Hospital das Forças Armadas
U ma década depois do fim da Guerra Fria e dos exércitos de conscritos com elevados efectivos, mas ainda com um significativo universo de veteranos utilizadores dos hospitais militares, de-pois de estudos sobre estudos para um hospital das Forças Armadas, mais um estudo: "Saúde militar exige estudo de raiz" (DN, 19 de Maio).
"Que hospital (FA) precisamos? Com que características? Em função de que universo (no activo: 40 mil? 30 mil? Quantos quartéis?) É preciso um edifício novo ou adaptamos algum?"
"Nunca foi definido o que se queria, nunca foi definido para onde se ia" alusivo aos hospitais, pode aplicar-se às FA. Era para isso que apontava o Estado-Maior da Defesa do Programa do XVII Governo, objectivo que o Programa do actual Governo fez desaparecer! Porquê?
Na saúde militar, temos universo e universos. Militares no activo, na reserva, reformados, a custo zero. E familiares, suportando já alguns custos do sistema.
Os projectos acabados de vir a público (Lusíadas; Pulido Valente), dizem bem da indefinição perante a realidade.
Quanto ao grande peso no sistema, não tardará muito que a marcha do tempo trate de aliviar os custos da maioria dos utilizadores - os veteranos das guerras ultramarinas, com uma a duas décadas de vida pela frente e já em redução.
Não parecendo razoável abdicar do mais moderno e eficiente hospital militar (Lumiar, Força Aérea), talvez que com ampliação em conformidade ali se pudessem concentrar os serviços existentes na zona de Lisboa.
E admitindo a faixa etária dos antigos combatentes, aproveitar instalações hospitalares em vias de extinção, reforçando ali uma capacidade de lares que não há - caso do hospital de Belém/Ajuda.
Como não há almoços grátis, não tardará que os militares sejam chamados a novo aumento de custos com a saúde: uma semana de internamento, bom ambiente e qualidade do serviço (pesem tempos de espera), não valerão que a alimentação passe a ser paga?
Há que ajudar a Caixa Geral de Aposentações nos aumentos de pensões indevidas: capitães e sargentos que três décadas depois da revolução se descobriram prejudicados pelo 25 Nov. 75, levados aos postos de topo - coronéis e mores. O último grupo de dezassete, aprovado pelo ministro da Defesa e por quem o assessora na Comissão de Apreciação de Carreiras Militares (Lei 43/99), com publicação em DR (18 Fev. 10). Através de processos de reconstituição de carreiras que tudo encaixaram: declarações/testemunhos falsos versus interpretações tão solidárias quanto desonestas.
P.S. - solução HFA, base Lumiar: acrescentando dois parques de estacionamento sob o existente à superfície, dois (?) pisos hospitalares superiores a esta zona, para então transferir para ali os serviços dos outros hospitais. Antes que um PEC III nem isso permita (Nov. 75/Nov. 2010?).