Durão Barroso quer ampliar acordos UE/América Latina

O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, defendeu hoje uma ampliação dos acordos de associação entre a UE e a América Latina, para fortalecer e estreitar os laços comerciais dos dois lados do Atlântico, "em benefício mútuo".
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"O estreitamento dos laços entre o maior mercado do mundo em termos de valor, a UE e algumas das economias em rápida expansão, na América Latina (AL), beneficiará as duas regiões", disse Durão Barroso que falava, em Cádis, como convidado, na abertura da sessão plenária da XXII Cimeira Ibero-americana ".

"Continuaremos a trabalhar para concluir e aplicar acordos de associação bilateral com parceiros da América Latina", disse, recordando o papel de Portugal e Espanha "como veículos" da relação entre os dois continentes.

Num discurso em espanhol e português, Barroso reconheceu as dificuldades com que se enfrenta atualmente a UE e os esforços de Portugal e Espanha para responder à situação atual, manifestando "absoluta confiança de que a UE sairá reforçada e mais coesa desta conjuntura".

Ao mesmo tempo, e vincando a defesa de que o comércio é "um dos principais fatores de crescimento e um importante motor de modernização económica", Barroso disse ver "com preocupação o ressurgimento de algumas tendências protecionistas".

"A história demonstra que são as economias abertas e o livre comércio e não o protecionismo que contribuem para o crescimento e prosperidade dos países e dos povos", disse.

O presidente da Comissão Europeia recordou a amplitude das "pujantes" relações comerciais entre a UE e a AL, cujo valor duplicou na última década para atingir os 202 mil milhões de euros.

A UE é também a principal fonte de investimento exterior na AL -- com um valor global de mais de 385 mil milhões de euros, sendo que "a carteira de investimento direto da UE na AL é superior ao investimento no Japão, Rússia, China e Índia juntos.

"Só o Brasil tem mais investimento direto da UE que a Rússia e a Índia juntas", afirmou.

Na sua intervenção, Durão Barroso defendeu ao mesmo tempo que o crescimento só é sustentável se for inclusivo, alicerçando-se num sistema democrático que respeite os direitos humanos e os princípios do Estado de Direito.

"A ausência de liberdades fundamentais não é aceitável. A desigualdade não é sustentável", afirmou.

Durão Barroso reiterou ainda a defesa do multilateralismo e do "regionalismo aberto", considerando essencial uma "governação mundial mais eficaz", sendo que a integração UE-AL pode "constituir os pilares de um multilateralismo mais eficaz".

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