Startups de IA na Europa valem 161 mil milhões, mas enfrentam défice computacional
D.R.

Startups de IA na Europa valem 161 mil milhões, mas enfrentam défice computacional

Segundo um estudo da Dealflow.eu, Dealroom e EU‑Startups , estas empresas captaram 17% do capital de risco europeu em IA e cresceram 16 vezes na última década.
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Um relatório conjunto da Dealflow.eu, Dealroom e EU‑Startups aponta um ecossistema europeu de inteligência artificial em rápida expansão, com mais de 4.100 startups alinhadas à estratégia Apply AI da Comissão Europeia e um enterprise value agregado de 161 mil milhões de euros.

Segundo o estudo, estas empresas captaram 17% do capital de risco europeu em IA e cresceram 16 vezes na última década.

Os setores com maior valor são Saúde & Farmácia (43 mil milhões de euros) e Defesa, Segurança & Espaço (38 mil milhões), que concentram também a maioria dos casos de maior sucesso (unicórnios e “thoroughbreds”). Áreas como Ambiente & Clima, Energia e AgriFood destacam‑se por atrair uma fatia superior da quota global de venture capital em IA; o enterprise value do segmento Ambiente & Clima cresceu 1.725 vezes desde 2015.

O relatório identifica a Alemanha e a França como os principais polos em número de startups e em investimento. Ainda assim, sublinha um défice estrutural: em 2025 o investimento de risco em IA nos Estados Unidos foi dez vezes superior ao da UE27, criando um gap de capacidade financeira para escalar projetos.

Outro ponto crítico é a capacidade computacional: a UE dispõe apenas de 4,8% da capacidade mundial para treinar e executar modelos de IA. Para colmatar essa limitação, a Comissão Europeia propõe um investimento público de 20 mil milhões para criar quatro a cinco “gigafábricas” de IA, cada uma com mais de 100 mil chips de última geração, numa tentativa de tornar a computação um bem público e reforçar a soberania tecnológica.

Vittorio Sambuy, Senior Investment Analyst na Dealflow.eu, afirma que “o próximo desafio é transformar esta vantagem estratégica em maior capacidade de investimento para acelerar a inovação”.

Yoram Wijngaarde, fundador e CEO da Dealroom, reforça que “a vantagem europeia — regulamentação responsável, liderança em open‑source e forças nos setores da saúde, segurança e clima — pode crescer rapidamente se encerrarmos o défice de capacidade computacional”.

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