A papeleira Navigator alcançou um resultado líquido de 118,3 milhões de euros nos primeiros nove meses de 2025, uma descida de 51% face a igual período do ano passado, no qual atingiu os 241,4 milhões. Já o volume de negócios totalizou 1.489,3 milhões de euros em contraste com os 1.568,5 milhões de 2024, representando uma quebra homóloga de 5,1%.Analisando por trimestre, os lucros amealhados nos meses de julho, agosto e setembro foram de 33,1 milhões (-10,4%), em comparação com os 36,9 milhões obtidos no segundo trimestre do ano, enquanto que as vendas totais foram 4% inferiores face ao período anterior (470,2 milhões contra 489,8 milhões de euros dos três meses antecedentes).Estes resultados refletem a robustez da empresa num contexto global desafiador, marcado por instabilidades económicas e variações nos preços internacionais, que têm afetado diversos setores, como salienta a empresa em comunicado enviado esta quarta-feira, 22 de outubro, à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).No terceiro trimestre de 2025, as vendas de papel UWF (impressão e escrita) e packaging aumentaram 15%, atingindo um total de 316 mil toneladas. Este desempenho positivo é um reflexo da forte procura pelos produtos da Navigator e da eficácia da sua estratégia de diversificação, que inclui a inovação em novos produtos e a adaptação às necessidades do mercado, realça o documento. O EBITDA da empresa foi de 300 milhões de euros, uma diminuição em relação aos 431 milhões de euros do ano anterior. Apesar deste recuo, os segmentos de Tissue e Packaging, que já representam cerca de 30% do volume de negócios, continuam a mostrar um elevado potencial de crescimento. O segmento de Tissue, em particular, registou um aumento significativo de 14% nas vendas, destacando-se como uma área de grande performance, impulsionada por uma integração estratégica de negócios e uma abordagem focada na satisfação do cliente.Relativamente à produção de pasta, as vendas totalizaram 258 mil toneladas, o que representa uma redução de 7% face ao ano anterior, em parte devido a um incêndio na fábrica de Setúbal que afetou a produção. A empresa está a trabalhar para recuperar esta capacidade e espera que a procura global por pasta de fibra curta apresente sinais de recuperação, especialmente na China, onde a atividade industrial está a aumentar e a impulsionar o mercado.No que diz respeito ao mercado de Packaging, a Navigator destacou-se com um crescimento de 7% nas vendas, impulsionado pela reconversão da máquina de papel PM3 na fábrica de Setúbal que ainda está por concluir. Este investimento estratégico permitirá à empresa aumentar a competitividade no setor de embalagem flexível, que está a crescer rapidamente. Com taxas de crescimento previstas entre 2,5% e 3% até 2035, a empresa esclarece que está a posicionar-se para atender à crescente procura por soluções de embalagem eficientes e sustentáveis.A Navigator mantém uma posição financeira sólida, com um rácio de dívida líquida sobre EBITDA de 1,85x, um dos mais baixos do setor. A geração de cash flow livre nos primeiros nove meses foi de cerca de 23 milhões de euros, representando uma melhoria significativa em relação ao período homólogo, que apresentava um cash flow negativo de cerca de 3 milhões de euros. Este desempenho financeiro, segundo a papeleira, reflete não apenas a resiliência da empresa, mas também a eficácia das suas estratégias de controlo de custos e otimização operacional.Além disso, a Navigator sublinha o seu compromisso com a sustentabilidade, destacando investimentos em projetos que visam melhorar a eficiência operacional e reduzir o impacto ambiental. Um exemplo é a nova caldeira de recuperação química, que não só melhora o desempenho operacional, mas também reduz a emissão de gases nocivos, demonstrando a responsabilidade ambiental da Navigator.A empresa sublinha que continua a explorar novas oportunidades de crescimento, consolidando a sua posição como um dos líderes do setor de papel e pasta, e adaptando-se às exigências de um mercado em constante mudança..Navigator investe 30 milhões em nova máquina na fábrica de Setúbal