O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, defendeu este domingo, em Jerusalém, que o Hamas “tem de ser erradicado”, com o primeiro-ministro israelita a dizer que EUA e Israel têm uma “estratégia partilhada” para a Faixa de Gaza, “incluindo para a altura em que se abrirem as portas do inferno”. Benjamin Netanyahu repetiu as palavras do presidente Donald Trump e a exigência da libertação de todos os 73 reféns, que hoje cumprem 500 dias em cativeiro. Os dois responsáveis deixaram ainda claro quem consideram ser a maior ameaça: o Irão.“Israel e a América estão lado a lado no combate à ameaça do Irão”, disse Netanyahu. “Concordamos que os aiatolas não devem ter armas nucleares e também concordamos que a agressão do Irão na região deve ser invertida”, acrescentou o primeiro-ministro, após o encontro com Rubio, em Jerusalém. “Atrás de cada grupo terrorista, atrás de cada ato de violência, atrás de cada ação de desestabilização, atrás de tudo o que ameaça a paz e a estabilidade para os milhões de pessoas que apelidam esta região de lar está o Irão”, indicou o secretário de Estado.A primeira viagem de Rubio ao Médio Oriente coincidiu com a chegada de um carregamento de 1800 bombas MK-84 (não-guiadas, de cerca de 900 quilos, capazes de perfurar betão e metal). Trump levantou a proibição decretada pelo seu antecessor ao envio destas bombas para Israel. Joe Biden temia o impacto do seu uso na Faixa de Gaza.Sobre o enclave palestiniano, Rubio defendeu “erradicar” o Hamas, ameaçando o acordo de cessar-fogo. “Enquanto permanecer como uma força que pode governar, ou como uma força que pode gerir, ou como uma força que pode ameaçar pelo uso da violência, a paz tornar-se-á impossível”, acrescentou o secretário de Estado, que reuniu também com o presidente israelita, Isaac Herzog.Estas declarações surgem a duas semanas do final da primeira fase do acordo de cessar-fogo, com o Hamas a alegar que ainda não se começou a discussão da segunda fase, como previsto. Netanyahu anunciou que esta segunda-feira - dia em que os reféns cumprem 500 dias de cativeiro, uma data que será assinalada pelas famílias - vai reunir o seu Conselho de Segurança para discutir a próxima fase e que enviou uma equipa de negociadores para o Cairo.