Uma vingança ainda morna e a pia de Elon Musk em semana de OE2023

SÁBADO

Xi reforçado em Congresso, marcado por saída de Hu Jintao

Uns falaram em purga, embora a explicação oficial apontasse para doença, mas a verdade é a imagem do ex-presidente Hu Jintao a ser retirado - aparentemente contra a sua vontade - do palco durante a cerimónia de encerramento do Congresso do Partido Comunista Chinês que solidificou o poder do seu sucessor, Xi Jinping. Aos 79 anos, Hu Jintao surgiu visivelmente enfraquecido no encontro do partido, que reuniu 2300 delegados durante uma semana no Grande Salão do Povo, em Pequim. E há quem veja nas imagens do ex-líder a ser retirado uma mostra de força do atual. Xi vai ser reeleito em março para um inédito terceiro mandato, confirmando a sua posição como líder mais forte da China desde Mao Tsé-Tung, o fundador, em 1949, do regime comunista. Conclusão, após 10 anos de Xi, temos mais XI. E talvez bem para além de 2028.

DOMINGO

O último adeus ao pai "homem velho" Adriano Moreira

Em julho, quando, a menos de dois meses de completar 100 anos (a 6 de setembro), o professor Adriano Moreira recebeu o grau de doutor honoris causa pelo Instituto Universitário Militar, escrevi nestas páginas sobre essa bonita homenagem que juntou toda a família do homem que durante o Estado Novo foi ministro do Ultramar e em democracia foi presidente do CDS e deputado durante longos anos. Colunista do DN durante os últimos anos, Adriano Moreira viria mesmo a celebrar um século de vida, tendo morrido agora, menos de dois meses depois. "Sou filho de um homem velho, e esse homem velho chama-se Adriano Moreira", escreveu o filho João num artigo publicado no DN e que destaca a história de amor dos pais e lembra: "O meu pai nasceu pobre. Era filho de um polícia e de uma costureira e lutou muito para chegar onde chegou." Adriano partiu, o legado ficou.

SEGUNDA

A "vingança" ainda morna de Rishi Sunak

Menos de dois meses depois de ter sido o mais votado pelos deputados, mas ter perdido na votação dos militantes do Partido Conservador, Rishi Sunak teve a sua vingança ainda quase quente. Após a demissão de Truss 44 dias depois de tomar posse como primeira-ministra, na sequência de uma verdadeira tempestade causada pelo seu miniorçamento, que incluía, entre outras, medidas para acabar com um imposto sobre os mais ricos, Sunak viu o antecessor de Truss, Boris Johnson, e Penny Mordaunt desistirem da corrida à liderança dos tories, abrindo-lhe o caminho para o n.º 10 de Downing Street. Aos 40 anos, o multimilionário ex-ministro das Finanças tornou-se no primeiro hindu a chefiar um governo britânico. E prometeu corrigir os erros da antecessora. Para já, vai mudar-se, com a mulher e as duas filhas, para o "pequeno" apartamento do primeiro-ministro, mas os desafios seguintes prometem ser bem maiores.

TERÇA

A encruzilhada da IL entre conservadores e progressistas

Dois dias depois de João Cotrim Figueiredo ter anunciado a sua saída da liderança da Iniciativa Liberal e de o também deputado Rui Rocha ter avançado com a sua candidatura - imediatamente apoiada por Cotrim Figueiredo -, outra deputada da IL, Carla Castro, decidiu assumir-se como candidata. "Estou ao dispor para levar o liberalismo a outra fase", garantiu na TSF. Que fase é a grande dúvida, quando na IL parece aprofundarem-se as clivagens entre a ala mais populista e a mais conservadora. E a consciência da necessidade de "popularizar" os liberais parece estar por detrás da saída de Cotrim Figueiredo, com o próprio a afirmar logo no domingo: "O partido precisa de uma atitude mais combativa, mais popular e mais abrangente a nível nacional, e entendo não ser eu a pessoa indicada para protagonizar essa mudança."

QUARTA

Da matemática para a escrita: Prémio Leya para Celso da Costa

A Arte de Driblar Destinos "ressalta o modo como o narrador vai encontrando o seu caminho escolar com a Matemática, ganhando um ascendente que o levará, no final, a ser encaminhado para completar os estudos na cidade de Curitiba, deixando para trás os espaços em que decorreram a infância e a adolescência". Foi assim que o júri do Prémio Leya descreveu a história do romance de estreia de Celso da Costa. Uma história difícil de dissociar da deste professor de Geometria Diferencial, que. também ele, se libertou da pobreza endémica no seu Estado-natal através da dedicação à Matemática. Num valor de 50 mil euros, o Prémio Leya é o maior prémio literário para romances inéditos em língua portuguesa e já distinguiu nomes como Murillo Carvalho, Nuno Camarneiro ou Afonso Reis Cabral. Celso da Costa junta-se agora à lista e prova que a matemática e a escrita podem avançar de mãos dadas.

QUINTA

OE 2023 aprovado. Costa negoceia com PAN e Livre

Que o Orçamento de Estado para 2023 ia ser aprovado na generalidade já todos sabiam, ou não tivesse o PS a maioria absoluta no Parlamento. Mas, ao final da tarde, as abstenções de PAN e Livre ajudaram a contribuir para a narrativa socialista de que maioria absoluta não é ditadura da maioria. O diploma foi aprovado com os votos contra de PSD, Chega, Iniciativa Liberal, PCP e Bloco de Esquerda e a discussão passa agora para a especialidade. Tempo então de negociações com Inês Sousa Real e Rui Tavares, os deputados únicos do PAN e do Livre. Resta saber em que pontos o governo de António Costa estará disposto a ceder para garantir estas duas abstenções quando chegar o momento da votação final global, marcada para 25 de novembro. Tudo em nome de evitar a imagem de uma maioria do "quero, posso e mando".

SEXTA

Elon Musk e a compra do Twitter com uma pia debaixo do braço

Era madrugada em Lisboa quando chegou a confirmação: Elon Musk acabava de concretizar a compra do Twitter. E a sua primeira medida foi imediata: despedir os diretores executivos da empresa. A começar por Parag Agrawal, o diretor-geral executivo da empresa e também o homem que chegou a ir a tribunal contra Musk para o obrigar a manter o anterior contrato de compra do Twitter - no valor de 44 mil milhões de dólares -, que o multimilionário tentou anular com o argumento de que a direção da rede social não lhe estava a fornecer todos os dados sobre o número de utilizadores-fantasma ou contas falsas existentes. Uma compra que fica associada a uma imagem: a de Musk a entrar na sede da rede social em São Francisco, com uma pia debaixo do braço. As reações ao negócio variaram entre os aplausos e os receios, com muitos a temerem mudanças radicais na plataforma.

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