Milhões, prestígio e pontos. O que joga o Benfica na viagem a Salónica

Numa altura em que Portugal começa a ver o sétimo lugar no <em>ranking</em> da UEFA ameaçado, é essencial que os três representantes nacionais em prova somem triunfos. A começar nesta quarta-feira na Grécia.
Publicado a
Atualizado a

Se a história está do lado do Benfica no que diz respeito às deslocações ao Estádio Toumba, em Salónica - nas duas vezes que lá jogou ganhou sempre e só na Luz sentiu problemas para levar a melhor sobre os gregos do PAOK -, o certo é que o resultado da primeira mão do playoff (1-1) deixou os encarnados desconfortáveis para o jogo desta quarta-feira. Um jogo que pode representar, em caso de sucesso, um significativo encaixe garantido a rondar os 40 milhões de euros, depois de a UEFA ter aberto os cordões à sua milionária bolsa para dilatar os prémios de participação na fase de grupos da Liga dos Campeões: não só aumentou os valores habituais de entrada, vitória e empate, como ainda acrescentou um ranking histórico no qual o clube lisboeta ocupa o décimo posto.

Numa temporada em que Portugal perdeu uma equipa nas competições europeias - e ficou sem dois dos cinco qualificados logo nas pré-eliminatórias (Sp. Braga e Rio Ave) -, é agora essencial que os que ficaram conquistem pontos. Muitos pontos. Desde 2012-13 que Portugal tinha a possibilidade de colocar três clubes na prova mais importante (e mais rentável) de clubes do mundo, mas devido à queda no ranking dos últimos cinco anos deixou de ter essa benesse. Ultrapassado pela Rússia na sexta posição dessa tabela, o futebol nacional encontra-se agora sob ameaça de Ucrânia e Bélgica e consideravelmente mais distante do lugar que pode abrir mais uma vaga europeia.

Um possível apuramento dos encarnados não pode ser, desta forma, apenas uma questão de prestígio e dinheiro, é necessário que seja igualmente produtivo em resultados - não só para ajudar a evitar uma queda que não será rápida mas pode suceder (e do décimo lugar para baixo nem o campeão nacional entra diretamente na fase de grupos), como até para o clube da Luz se manter com um bom ranking individual (que lhe permite neste momento estar no pote 2 do sorteio em caso de apuramento).

Nas últimas sete temporadas, a Liga NOS teve sempre dois ou três participantes na fase de grupos, tendo o FC Porto (em 2009-10) sido a última formação nacional a enfrentar sozinho os tubarões do futebol europeu - e, desde que a fase de grupos tem 32 equipas, apenas por uma vez em 19 Portugal não contou com qualquer participante (2002-03).

Obviamente, cair na Liga Europa tem muitas desvantagens. Os prémios são consideravelmente inferiores, a atenção mediática muito menor. Mas, mesmo no pior cenário também pode haver um lado positivo: o de ter hipóteses desportivas, com melhor contribuição para o ranking.

Quem tem entrada direta na Liga dos Campeões?

- Campeão em título da Liga dos Campeões;
- Campeão em título da Liga Europa;
- Campeões dos países classificados nos dez primeiros lugares do ranking (11, se o campeão em título da Liga dos Campeões terminar em lugar elegível na sua Liga);
- Segundos dos países classificados nos seis primeiros lugares do ranking;
- Terceiros dos países classificados nos quatro primeiros lugares do ranking (5, se o campeão em título da Liga Europa terminar em lugar elegível na sua Liga);
- Quartos dos países classificados nos quatro primeiros lugares do ranking.

* Os países classificados entre o 7.º e o 15.º lugar têm a possibilidade de meter o segundo classificado na fase de grupos, desde que este supere as pré-eliminatórias e o playoff final.

Como se contabiliza o ranking?

- O ranking da UEFA é elaborado através da média de pontos conquistados por cada país nas últimas cinco temporadas da Liga dos Campeões e da Liga Europa;
- Essa média é encontrada pelo somatório dos pontos conquistados por cada clube a dividir pelo número de participantes: por exemplo, no caso de um país ter cinco participantes, cada ponto conquistado por um clube acrescenta 0,2 ao somatório, como sucede com Portugal neste ano;
- Na fase de grupos, a vitória vale dois pontos e o empate um; nas fases preliminares, o triunfo soma um ponto e o empate meio;
- A entrada na fase de grupos da Liga dos Campeões vale quatro pontos: neste ano, só o FC Porto tem esse valor certo, mas o Benfica também os pode conseguir;
- Chegar aos quartos-de-final, às meias-finais e à final assegura mais um ponto extra por cada fase;
- Os pontos conquistados pelos clubes servem também para estabelecer o seu próprio ranking, determinante para a formação dos potes nos sorteios (o pote 1 da Liga dos Campeões terá sempre os campeões dos seis primeiros do ranking e os vencedores da Champions e da Liga Europa) e definição dos cabeças-de-série.

Quais são os prémios para 2018-19 na Champions?

- Participação na fase de grupos: 15,25 milhões de euros;
- Cada vitória: 2,7 milhões de euros;
- Cada empate: 900 mil euros (o valor que sobra, 900 mil euros, é reunido e redistribuído pelos participantes na fase de grupos em proporção das vitórias obtidas);
- Apuramento para os oitavos-de-final: 9,5 milhões de euros;
- Apuramento para os quartos-de-final: 10,5 milhões de euros;
- Apuramento para as meias-finais: 12 milhões de euros;
- Apuramento para a final: 15 milhões de euros;
- Vitória: quatro milhões de euros (a que se juntam mais 3,5 milhões pelo apuramento para a Supertaça Europeia e mais um milhão em caso de triunfo na mesma);
- Um total de 585 milhões de euros será distribuído de acordo com um ranking dos últimos dez anos bem como do número de títulos conseguidos na história (principais clubes portugueses: FC Porto, 8.º; Benfica, 10.º; Sporting, 34.º; Sp. Braga, 39.º). O primeiro recebe 35,46 milhões, o último dos 32 participantes embolsa 1,108 milhões;
- Para o market pool estão ainda destinados mais 292 milhões de euros de acordo com o valor de cada mercado televisivo.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt