Vacinas? Quantas querem e para onde?
Acelerar a vacinação dos mais novos e a testagem é fundamental para reabilitar a economia e o tecido social. O plano de combate à pandemia compreende, desde o início desta semana, um avanço da testagem à covid-19, uma medida quem a meu ver só peca por atraso. Há muito que o desconfinamento entrou na vida dos portugueses, permitindo inclusive assistir a ajuntamentos como os que acontecerem em redor do estádio de Alvalade. Portanto, anunciar a aceleração do rastreamento é uma boa notícia , mas, mais uma vez, acaba ser uma medida tardia e que terá de correr atrás do prejuízo.
Logo que foram conhecidas as regras e as datas de reabertura do país, deveria ter-se recuperado o slogan "testar, testar, testar". Escolas, transportes públicos, locais de diversão noturna e restaurantes serão os alvos desta estratégia agora finalmente anunciada. Mas foi preciso que os números de infetados na Grande Lisboa disparassem e o R(t) (índice de transmissibilidade) subisse para que se tomassem decisões que, à vista desarmada, pareciam óbvias.
Do mesmo modo, foi necessário soar esse alerta na capital para que a necessidade de um avanço mais rápido da vacinação fosse assumido politicamente. Ficámos a saber que as faixas etárias de 40 e 30 anos começarão a ser vacinadas a 6 e 20 de junho, respetivamente, em Lisboa. Mas o Porto (leia-se Rui Moreira) não gostou e, de um momento para o outro, o anúncio do governo passou a abranger todo o país. É caso para perguntar: se a capacidade instalada já existia porquê esperar tanto?
Hoje o país tem a arma, ou a bazuca, que não tinha há cerca de um ano e que ajuda a controlar o número de casos: a vacinação. Mas falta ainda atingir a imunidade de grupo, só prevista para o mês de agosto, daí que a testagem em massa seja urgente. Se não o fizermos, nunca saberemos a realidade dos números que nos rodeiam. Sem isso o país continuará de olhos vendados, na saúde e na economia.
Perto do arranque do verão, importa também que o certificado verde avance para que as viagens dentro da União Europeia e fora da União Europeia ganhem asas, mas com segurança. Portugal vai ainda entrar na fase de testes do certificado digital covid-19 que depois, por sua vez, ainda terá de ser harmonizado com o certificado verde. Já estamos a 27 de maio, o verão está à porta. Rapidez precisa-se!