Petróleo muito mais caro, inflação a acelerar, taxas de juro que devem subir para tentar deter o galope nos preços, bens industriais em falta, procura externa em xeque perante o cenário de uma nova crise económica internacional, um clima de pessimismo crescente que vai condicionar as decisões de empresários e investidores..Ainda a pandemia não acabou e agora rebenta uma guerra mesmo ao lado da União Europeia (UE). A Rússia invadiu a Ucrânia. Sanções e barreiras ao comércio e aos negócios estão já garantidas e anunciadas. Vêm juntar-se ao fogo e às bombas que fustigam os céus e os solos da antiga república soviética. Já há baixas humanas..Mesmo a quatro mil quilómetros de distância, Portugal está muito vulnerável e, sabe o Dinheiro Vivo, o governo de Lisboa está a repensar as grandes linhas da proposta de Orçamento do Estado de 2022 (OE2022), que acabou por ficar pelo caminho em novembro passado, levou à queda do governo e a eleições antecipadas em janeiro. O OE, se tudo correr como planeado, pode entrar em vigor lá para abril ou maio..Mas é um facto que as hipóteses de base do OE parecem ter caducado. O petróleo, por exemplo. A economia portuguesa, mesmo com os progressos feitos noutras fontes menos carbónicas (solar, eólicas, barragens), continua a ser altamente dependente do crude importado. Logo por azar, o ano é de seca grave e extrema, o que pode limitar a capacidade de produção elétrica pela via hídrica..Em outubro, o governo assumiu (com base na informação dos mercados de futuros do barril de petróleo Brent, a referência clássica da economia portuguesa), um preço médio de 67,8 dólares por barril em 2022. É o valor que consta nas "principais hipóteses para o enquadramento internacional" do Orçamento que não aconteceu ainda..Ora, hoje, estamos muito longe desse valor..Leia a continuação do artigo no Dinheiro Vivo