Exclusivo O que Orson teria achado de 'O Outro Lado do Vento'?

Um artista morre. Deixa um livro, filme ou samba inacabado, e alguém - ou alguéns - resolve terminá-lo. Para isso, vale-se de material deixado pelo falecido, de anotações à margem num roteiro ou de conversas que seus amigos teriam tido com ele. O resultado é quase sempre um fantasma de camisolão branco e olhinhos pretos, pairando sobre o restante da obra do artista, e ninguém saberá sua opinião sobre o que fizeram em seu nome. É justo isso?

Para mim, não. F. Scott Fitzgerald morreu em 1940, pouco antes de terminar um romance, O Último Magnata, inspirado num poderoso produtor de Hollywood. Seu amigo, o ensaísta Edmund Wilson, usou as anotações que Scott deixara a respeito do desfecho e concluiu o livro. O que foi louvável, mas não ficou à altura de Fitzgerald - e olhe que o ghost-writer era Edmund Wilson. Já o arquiteto catalão Antoni Gaudí morreu em 1926, a meio caminho de completar sua obra-prima, a catedral A Sagrada Família, em Barcelona. Mas deixou instruções para que seus discípulos a concluíssem. Depois de muito tempo, uma terceira geração desses discípulos resolveu assumir o desafio - e sabe-se lá o que sairá.

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