Vinícius agarra a liderança de um Benfica à procura de solidez

Os encarnados venceram o Gil Vicente em Barcelos por 1-0, romperam com uma série de quatro jogos sem vencer e seis a sofrer golos. Mas, mais importante do que isso, a equipa de Bruno Lage conserva o primeiro lugar da I Liga, com um ponto de vantagem sobre o FC Porto.
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O Benfica garantiu nesta segunda-feira uma preciosa vitória em Barcelos frente ao Gil Vicente por 1-0, graças a um golo de Carlos Vinícius aos 15 minutos. Acabaram por ser três pontos preciosos para a equipa de Bruno Lage, que assim mantém a liderança da I Liga, com um ponto de vantagem sobre o FC Porto, isto num campo onde FC Porto e Sporting perderam e no qual a equipa liderada pelo experiente Vítor Oliveira apenas tinha perdido uma vez para o campeonato.

20 dias depois, os encarnados terminaram com uma série de quatro jogos sem ganhar (três derrotas e um empate) e, além disso, puseram um ponto final numa série de seis jogos consecutivos a sofrer golos.

Foram mais de duas semanas em que o Benfica perdeu seis dos sete pontos de avanço que tinha no primeiro e em que Bruno Lage foi adiando a sua 50.ª vitória como técnico principal do Benfica, que acabou por chegar agora em Barcelos graças a apenas um golo... o 50.º da equipa nesta época e o 15.º de Carlos Vinícius, que é cada vez mais o líder dos melhores marcadores.

Samaris a dar segurança

Bruno Lage tinha consciência de que era preciso mudar alguma coisa na equipa para que ela voltasse a ter a consistência a nível defensivo que a caracterizou até ao jogo em Paços de Ferreira. E foi a pensar em virar definitivamente a página que o técnico pôs Samaris ao lado de Weigl no eixo do meio-campo, libertando Taarabt para mais perto do ponta-de-lança, onde poderia arriscar mais no passe sem colocar a equipa em perigo.

E bem se pode dizer que a ideia, passada à prática, funcionou em boa parte do jogo, afinal, o médio grego acabou por ser um dos melhores jogadores da equipa. Ainda assim, o Benfica mostrou algumas hesitações, que permitiram ao Gil Vicente acreditar sempre, que são próprias de um conjunto que vem de uma série de maus resultados.

E o que se viu desde o primeiro minuto foi um Benfica compacto, com a bola em seu poder e sempre à procura de espaços para entrar num bloco baixo do Gil Vicente, que apresentava as linhas muito juntas, à espera de aproveitar o erro num passe ou uma transição rápida para intranquilidade dos encarnados.

Vítor Oliveira, um treinador com tantos anos de experiência no futebol, sabia bem que a melhor forma de enfrentar os campeões nacionais nesta altura era colocando-os desconfortáveis, por forma a aumentar os níveis de ansiedade e intranquilidade para chegar com êxito à baliza de Vlachodimos.

Vinícius estreia-se de cabeça

Só que aos 15 minutos, já depois de Pizzi ter perdido uma boa oportunidade, o Benfica adiantou-se no marcador, com Carlos Vinícius a marcar o primeiro golo de cabeça de águia ao peito, a responder a um bom cruzamento de Taarabt. Depois de frente ao Sp. Braga ter demonstrado a pontaria desafinada nos cabeceamentos, agora o brasileiro adiantava a sua equipa em vantagem.

Curiosamente, o golo fez mal à equipa de Bruno Lage, que durante os 15 minutos que se seguiram viu o Gil Vicente estar perto do empate várias vezes. Foram quatro boas situações desperdiçadas por Baraye (duas), Sandro Lima e Kraev, além de uma série de pontapés de canto que intranquilizaram os encarnados, que tiveram um período com alguns maus passes e muita dificuldade em manter a posse de bola.

O Benfica voltou a serenar, com Vinícius a estar perto do golo por duas vezes, mas no último lance da primeira parte Tomás Tavares ia oferecendo o empate a Sandro Lima, valendo Ferro, que evitou males maiores para a equipa.

Águias suspiram de alívio

Após o intervalo, Carlos Vinícius quase fazia o segundo, não fosse Ygor Nogueira desviar para canto. No entanto, em campo estava uma equipa gilista bem diferente, procurando exercer uma grande pressão junto à área do Benfica, o que condicionou muitas vezes a construção de jogo da equipa de Bruno Lage, que via os seus jogadores errar passes.

Contudo, tirando um remate de longe de Baraye e um outro de Hugo Vieira, a equipa de Vítor Oliveira não conseguiu lances de golo iminente e foi Taarabt a estar perto de aumentar a vantagem para o Benfica, mas o grande pormenor técnico do marroquino esbarrou na barra.

Assim que o árbitro Luís Godinho apitou para o final foi evidente a sensação de alívio no rosto dos jogadores do Benfica, que terão exorcizado o sentimento de medo de errar que Bruno Lage tinha falado antes da partida. O próximo teste a isso é já na quinta-feira frente ao Shakhtar, em que não há margem para falhar porque em jogo está a passagem aos oitavos-de-final da Liga Europa.

A figura - Carlos Vinícius

E vão 15 golos. E agora de cabeça, pela primeira vez desde que veste de águia ao peito, que deu três pontos preciosos. O brasileiro é um guerreiro no ataque, luta por todas as bolas, procura esticar o jogo da equipa e ainda tem força para rematar à baliza. Esteve perto de bisar, não fosse Ygor Nogueira tirar a bola que se encaminhava para o fundo das redes.

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FICHA DO JOGO

Estádio Cidade de Barcelos
Árbitro: Luís Godinho (Évora)

Gil Vicente - Denis; Fernando Fonseca, Ygor Nogueira, Rúben Fernandes, Henrique Gomes (Arthur Henrique, 84'); Soares, Claude Gonçalves; Kraev (Hugo Vieira, 64'), Baraye (Samuel Lino, 71'), Lourency; Sandro Lima
Treinador: Vítor Oliveira

Benfica - Vlachodimos; Tomás Tavares, Rúben Dias, Ferro, Grimaldo; Pizzi, Weigl, Samaris (Chiquinho, 89'), Rafa Silva (Franco Cervi, 84'); Taarabt, Carlos Vinícius (Dyego Sousa, 79')
Treinador: Bruno Lage

Cartão amarelo a Rúben Dias (17') e Ygor Nogueira (86')

Golo: 0-1, Carlos Vinícius (15')

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