A capital do país mais jovem do mundo tem o nome da crina do leão, Juba, pelo que me ocorreu uma canção de Caetano Veloso. Imagine-se que o "Leãozinho" é este país encravado no nordeste de África, metaforicamente expresso na letra, mesmo sem que, obviamente, o seu autor tenha tido isso presente quando a escreveu. A canção nasceu do outro lado do Atlântico e, agora por minha mão, saltou fronteiras para um alerta sobre a necessária preservação deste animal no território sudanês e, também, sobre as aspirações do povo, de quem estive perto, mas nem sequer entrei no mar imaginado. Por vezes, estas analogias dão colorido ao que se escreve, neste caso sobre um Novo Sudão..Leãozinho.Gosto muito de te ver, leãozinho Caminhando sob o Sol Gosto muito de você, leãozinho.Para desentristecer, leãozinho O meu coração tão só Basta eu encontrar você no caminho.Um filhote de leão, raio da manhã Arrastando o meu olhar como um ímã O meu coração é o Sol, pai de toda cor Quando ele lhe doura a pele ao léu.Eu gosto de te ver ao Sol, leãozinho De te ver entrar no mar Tua pele, tua luz, tua juba.Gosto de ficar ao Sol, leãozinho De molhar minha juba De estar perto de você e entrar no mar.Gosto de te ver ao Sol, leãozinho De te ver entrar no mar Tua pele, tua luz, tua juba.Gosto de ficar ao Sol, leãozinho De molhar minha juba De estar perto de você e entrar no mar.Caetano Veloso 1977.Jorge Mangorrinha, professor universitário e pós-doutorado em turismo, faz um ensaio de memória através de fragmentos de viagem realizadas por ar, mar e terra e por olhares, leituras e conversas, entre o sonho que se fez realidade e a realidade que se fez sonho. Viagens fascinantes que são descritas pelo único português que até à data colocou em palavras imaginativas o que sente por todos os países do mundo. Uma série para ler aqui, na edição digital do DN.