Criada a Siderurgia Nacional
"No gabinete do Sr. ministro da Economia realizou-se ontem a assinatura do contrato da Siderurgia Nacional, prevista no Plano de Fomento", lia-se na primeira página do DN de 24 de dezembro de 1954. Um passo importante no desenvolvimento do país, consideraram os governantes de então, que surgia no âmbito da execução do primeiro Plano do Fomento do Estado Novo.
No ato da constituição da empresa, cuja história acompanhou a do país, Ulisses Cortes, responsável pela pasta da Economia, manifestou a "sua fé no progresso do país e no êxito daquela grande realização, agradecendo aos fundadores da empresa a colaboração prestada ao Governo no sentido de enriquecer com mais uma importante indústria-base o potencial económico do país", escrevia o jornal.
Foi entregue a António Champalimaud a concessão e licença para a exploração exclusiva da indústria siderúrgica em Portugal por 10 anos.
"Cientes da importância decisiva que uma produção de aço em grande escala tem no desenvolvimento na economia das nações e, por consequência, na vida social dos povos, desde há muito que vimos estudando intensivamente o problema português", disse António Champalimaud na cerimónia da assinatura da escritura da nova sociedade. "A rainha das indústrias", destava o empresário sobre a indústria do aço.
A inauguração oficial da Siderurgia Nacional aconteceu a 24 de agosto de 1961, em Paio Pires, Seixal, com a presença do Presidente da República Américo Tomás. "País sem siderurgia não é um país, é uma horta", disse o então ministro da Economia, Ferreira Dias, durante a cerimónia. Uma frase que ficaria para a história.
Após o 25 de Abril de 1974, António Champalimaud viu a empresa ser nacionalizada (1975). Anos mais tarde, em 1994, o Governo reprivatizou-a. Hoje é a empresa privada SN Seixal, gerida pela espanhola Megasa.