O regresso dos "homens da Lua"
"Os homens da Lua vêm já a caminho da Terra", era a manchete do Diário de Notícias de dia 22 de julho de 1969, dando conta do fim da primeira permanência humana na superfície do nosso satélite.
"Armstrong e Aldrin reuniram-se ao companheiro da nave-mãe muito mais cedo do que estava previsto", noticiava-se ainda.
A missão dos astronautas Neil Armstrong, o primeiro homem a pisar a superfície lunar, e Buzz Aldrin era clara - e traçada pelo presidente John F. Kennedy oito anos antes: aterrar na Lua e regressar em segurança. As atividades extraveiculares previstas incluíam a recolha de algumas rochas e a instalação de aparelhos capazes de medir tremores lunares, mas estas missões eram consideradas secundárias.
Armstrong e Aldrin realizaram tudo o que tinham previsto com menos dificuldades físicas do que se temera e a NASA até lhes permitiu uma saída suplementar de 15 minutos. Mas o desconhecimento dos efeitos no corpo humano de estar no ambiente lunar, mesmo protegidos pelos fatos espaciais, fez que os "passeios" fossem muito limitados.
Afinal, o programa Apollo previa mais de uma dezena de visitas ao satélite da Terra. Foi cancelado após apenas mais seis viagens.
Ao todo, Armstrong e Aldrin estiveram 21 horas e 36 minutos na superfície lunar.
Durante todo este tempo, Michael Collins esteve sozinho na "nave-mãe", em órbita. Ou, como o DN escreveu, com laivos literários: "Nunca, desde Adão, alguém suportou tamanha solidão."