Exclusivo Do leitão ao ensopado: sete pratos de carne de verão. Por Fernando Melo

Está a canícula instalada em todo o país e o ar livre puxa o petisco em família ou roda de amigos. Saem os pratos da partilha e tradição e apetece ainda mais aqueles que ninguém faz apenas para duas pessoas. O receituário de hortelão, de pastor e de criação fazem bem as honras ao verão e ninguém dispensa os pratos de carne que põem o país em festa. Visita rápida a algumas das mais patrimoniais declinações carnívoras que a tradição soube consolidar.

No calendário religioso de há um par de séculos, os dias de guarda e abstinência eram mais de duzentos ao longo do ano, sempre o costume judaico-cristão de relacionar religião com alimentação se aceitou tacitamente, governando os apetites. E sempre talvez por isso mesmo se entendeu que comer peixe seria melhor caminho do que a perdição pelos caminhos da carne. Até porque, como sempre se disse, a carne - a nossa - é fraca e rendermo-nos às suas insídias era já, de certa forma, uma condenação.

As influências orientais, em particular a recebida do budismo, determinam que não se pode derramar sangue inocente e como tal o consumo de carne está vedado. Em Portugal damos hoje atenção moderada e fixamo-nos nas sextas-feiras da Quaresma para as sevícias do jejum e abstinência, mas a verdade é que a prática religiosa esclarecida aponta muito mais para as refeições pobres e sem excessos desnecessários do que para a organização em clubes carne e peixe, simplesmente. E a tónica de celebração em família é que marca a mesa e o que nos dias grandes se lá põe.

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