20 AGO 2020
19 agosto 2020 às 21h54

Bayern Munique na final para tentar ser o melhor campeão da história da Champions

Em dez jogos na Liga dos Campeões, os bávaros alcançaram dez vitórias, a última das quais com o Lyon, que lhes permite disputar a final de domingo, na Luz. Em 65 edições da prova, nenhuma equipa conseguiu um registo tão demolidor.

Dez jogos, dez vitórias. Esta é a impressionante caminhada do Bayern Munique que no domingo, às 20.00 horas no Estádio da Luz, vai enfrentar o Paris Saint-Germain na final da Liga dos Campeões. Os bávaros venceram esta quarta-feira o Lyon, em Alvalade, por 3-0, e garantiram a presença na 11.ª final nesta competição, na qual vão tentar conquistar o sexto título.

É, no fundo, um Bayern para a história, que depois de conquistar o oitavo título consecutivo de campeão alemão e a Taça da Alemanha, torna-se na primeira equipa da história da principal prova de clubes da UEFA a chegar à final só com vitórias. Agora, falta apenas dar mais um passo para levantar o troféu e entrar na história como o melhor campeão europeu de sempre, em 65 edições da prova.

E quem pensa que a caminhada foi fácil, basta apenas dizer que alcançou duas vitórias frente a Estrela Vermelha, Tottenham, Olympiacos e Chelsea, tendo nos quartos-de-final despachado o Barcelona por um inédito e escandaloso 8-2. No total foram 42 golos marcados até ao momento e apenas oito sofridos.

Flick, um brilhante treinador de recurso

É obra para uma equipa que no início de novembro despediu o treinador croata Niko Kovac e apostou em Hans-Dieter Flick, antigo jogador do clube, que iniciava o seu percurso de treinador principal ao mais alto nível, depois de doze anos como treinador adjunto, primeiro do RB Salzburgo e depois da seleção alemã. A carreira de técnico até começou em 1996, assumindo o comando do Bammental, clube onde se retirou como futebolista, e passou ainda pelo Hoffenheim, sempre nas divisões amadoras.

Em novembro, nem o mais otimista dos adeptos do Bayern sonhava com uma época tão espetacular, mas a verdade é que aos poucos a equipa foi se erguendo e agora está a um curto passo de vencer a Liga dos Campeões. Curiosamente, Flick pode muito bem manter a tradição de os bávaros só conseguirem conquistar a prova mais importante da época com treinadores alemães: Udo Lattek, Dettmar Cramer (duas vezes), Ottmar Hitzfeld e Juup Heynckes. Sempre que recorreu a técnicos estrangeiros, a missão redundou num fracasso, que o digam Niko Kovac, Carlo Ancelotti, Pep Guardiola, Louis van Gaal, Giovanni Trapattoni ou Pal Csernai.

Gnabry foi herói depois do sustos

Ao contrário do que aconteceu com o Barcelona, o Bayern Munique começou as meias-finais com alguns sobressaltos, pois a estratégia do Lyon passava por aproveitar as costas da defesa alemã para que os seus rápidos avançados surgissem isolados frente a Manuel Neuer. Assim foi com Memphis Depay e Ekambi por duas vezes, a última das quais com a bola a embater no poste.

Só que a frieza da equipa de Hans-Dieter Flick veio então ao de cima, quando Serge Gnabry foi lançado por Kimmich e, depois de passar pelo meio de vários defensores adversários, rematou para o fundo da baliza do guarda-redes português Anthony Lopes.

Era um duro golpe para a equipa francesa que se via em desvantagem aos 18 minutos. Mas passaram apenas 16 minutos para Gnabry voltar a fazer estragos, com outra diagonal que arrastou a defesa do Lyon, tendo depois Lewandowski, após cruzamento de Perisic, permitido a defesa de Anthony Lopes... só que na recarga, lá apareceu Gnabry, que faturava o seu nono golo em nove jogos na edição deste ano Champions.

É certo que na segunda parte o Lyon tudo fez para ainda sonhar em chegar à final, mas deparou-se com um enorme Manuel Neuer que negou golos a Marcelo e Moussa Dembélé.

Aos 75 minutos, Gnabry saiu para dar lugar a Phillipe Coutinho, autor de dois golos frente ao Barcelona como suplente utilizado. E a verdade é que o brasileiro voltou a marcar, mas em posição de fora de jogo. As contas acabaram por ser fechadas por Robert Lewandowski, de cabeça após canto de Kimmich, num golo que permite ao polaco consolidar-se como melhor marcador desta edição da Champions, com 15 golos.

Com o apito final do árbitro chegaram os festejos alemães, que estão a um jogo de entrar para a história da Liga dos Campeões. Falta agora saber se o sonho do Paris Saint-Germain terá capacidade para desviar o Bayern da glória.