Tudo ali é desmesura e excesso. Milhares de pessoas apinhadas em ruas estreitas, formando ajuntamentos que por vezes degeneram em tumulto e pânico, as temidas bullas. Dezenas de confrarias e irmandades, procissões que duram horas, eternidades, e saem das igrejas à madrugada alta. Os andores pesam toneladas, carregados aos ombros por quadrilhas de homens, os costaleros, num esforço sobre-humano que já fez mortes. É assim há séculos. A confraria mais antiga, a do Silêncio, foi fundada em 1340, e desde então Sevilha e a Semana Santa têm assistido a tudo: às lutas entre as grandes casas dos Guzmán e dos Ponce de León, aos tempos áureos do monopólio do comércio com as Índias, aos rigores implacáveis da Inquisição e da Contra-Reforma, às pestes e epidemias trazidas nas águas do Guadalquivir. A mais terrível ocorreu em 1649, a mais lembrada é a de 1800, um surto de febre-amarela que a partir da miséria do bairro de Triana se espalhou por toda a cidade..Há irmandades com nomes curiosos, quase bizarros. Los Negritos, criada pelo cardeal Mena para acolher pessoas de raça negra, e que até ao século XIX só aceitava confrades de origem africana. El Cachorro, fundada por escravos no século XVI, dizendo a lenda que "cachorro" era a alcunha de um cigano moribundo de Triana cujo rosto agonizante serviu de modelo ao santeiro que esculpiu a imagem do Crucificado, o Cristo de la Expiración. Os padeiros criaram Los Panaderos, irmandade precursora na admissão das mulheres, e há uma confraria de estudantes penitentes, das mais numerosas de Sevilha, e outra, Las Cigarreras, cuja capela-mãe fica no edifício da Real Fábrica de Tabacos. A dos ciganos, Los Gitanos, é a mais popular entre músicos, cantores, futebolistas, toureiros, e o manto da sua Virgem, opulentíssimo, foi oferecido em graça pela Casa de Alba. São mais de setenta confrarias: Jesús Despojado, La Amargura, El Amor, El Beso de Judas, Jesús Cautivo y Rescatado, La Bofetá (que evoca a bofetada dada por um quadrilheiro judeu no rosto de Cristo), La Sed, El Buen Fin, El Museo (criada no século XVI pelos ourives de prata), Las Siete Palabras, Quinta Angustia, La Sagrada Mortaja, a onomástica da Semana Santa é um dos seus muitos prodígios, ou não estivéssemos numa época em que até os doces ostentam nomes como huesos de santos ou pasteles de gloria..A Hermandad de la Soledad teve por confrade honorária D. Amélia de Bragança e no seu escudo figuram as armas de Portugal. Em 1909, a rainha compareceu às cerimónias da Semana Santa, e assistiu ao cortejo processional na companhia de seu filho, D. Manuel II, também confrade de honra da Soledad. De todas as irmandades, a mais conhecida é Esperanza Macarena, por razões devotas e profanas, sobretudo musicais. O caudilho Franco foi seu confrade emérito, Eva Perón fez-lhe uma visita histórica em Junho de 1947, mas ninguém sabe ao certo a origem do nome "Macarena", que uns dizem ser latina, outros grega ou mesmo fenícia..Depois há o Gran Poder. Até o nome impõe respeito: Pontificia y Real Hermandad y Cofradía de Nazarenos de Nuestro Padre Jesús del Gran Poder y María Santísima del Mayor Dolor y Traspaso. Conhecem-na mais simplesmente como "Nuestro Padre Jesús del Gran Poder" ou apenas "Gran Poder", mas também lhe chamam "Señor de Sevilla", tal é a devoção que desperta entre as gentes da cidade. Tem mais de dez mil confrades e dois mil nazarenos, que atravessam as ruas vestidos de negro da cabeça aos pés, numa procissão que dura sete horas do mais absoluto silêncio. A da Macarena, sua rival, prolonga-se por treze horas, mas é ruidosa e festiva, quase pagã, com uma banda infantil e um pelotão carnavalesco e kitsch de soldados romanos, sendo gritante o contraste com a gravidade majestosa do Gran Poder. Em rigor não se sabe quando foi criada, se em 1431, pelo conde de Niebla, futuro duque de Medina Sidónia, se em 1477, data de aprovação das suas primeiras regras pelo bispo de Cádis. E só há pouco, por volta de 1920, se descobriu a verdadeira autoria da impressionante imagem de Cristo, com 1,81 m de altura, lavrada em madeira de cedro pelo escultor barroco Juan de Mesa y Velasco. Em 2010, um homem perturbado atacou-a com fúria, golpeou-a no peito e arrancou-lhe um braço, obrigando a cuidadoso restauro..A procissão do Gran Poder sai à rua no momento culminante da Páscoa sevilhana, a longa madrugá de Quinta-Feira Santa. Antecede-a a procissão do Silêncio, sucede-lhe a da Macarena e, para evitar atropelos e confrontos, em 1903 foi estabelecido um encantador rito, que se mantém: quando se acercam a caminho da catedral, os confrades do Gran Poder param e pedem passagem aos irmãos da Esperanza Macarena, que lha concedem solenemente. A essa hora da noite já não se avistam damas com mantilhas nem senhores altivos, agora as ruas de Sevilha são todas do povo e das suas preces. E é tanto o sofrimento que para ali se adivinha que faz condoer a alma mesmo dos mais cépticos, que não acreditam no Padre Jesus e na força do seu Gran Poder. A fantasmagoria das tochas ardentes, o odor e o fumo do incenso, a prata que refulge dos andores, o lento caminhar dos nazarenos, o cansaço acumulado em intermináveis horas de vigília e espera, tudo se conjuga para nos tornar, queiramos ou não, participantes activos no drama da Paixão, e o enigma da Semana Santa sevilhana reside aí, precisamente aí, nessa voluntária ou forçada imitação de Cristo..A coreografia, em todo o caso, é pouco ou nada subtil, até exuberante em excesso, pois sempre estamos em Espanha e, mais ainda, em Sevilha. Pelo seu travo místico e barroco, aquela encenação colectiva de dor, que envolve milhares de pessoas e uma cidade inteira, incomodará certamente os que aí acorrem por meras razões turísticas, e na Semana Santa vêem não mais do que uma atracção etnográfica ou um paradigma de obscurantismo. Ainda assim, foram muitos e muito ilustres os que ao longo de décadas afluíram a Sevilha por alturas da Páscoa. Em 1898, um enviado dos irmãos Lumière fez os primeiros filmes das procissões, que seriam fotografadas em 1935 por Pierre Verger e por Robert Capa e, em 1951, por Brassaï para as páginas da Harper's Bazaar. A Semana Santa foi também motivo artístico e fonte de inspiração para Gustave Doré, Joaquín Sorolla, Francis Picabia, Man Ray e muitos outros. Na companhia de Diaghilev, Stravinski visitou-a em 1921, Michelangelo Antonioni fez romagem à Macarena e incorporou-a num dos seus últimos filmes, Miles Davis recriou a música típica da quadra, a saeta, numa das faixas do álbum Sketches of Spain. Marguerite Yourcenar esteve lá e escreveu sobre isso, García Lorca também, obviamente. Foi em Sevilha, no decurso da Semana Santa de 1977, que o Partido Comunista de Espanha anunciou a sua legalização, facto que causou escândalo entre muitos clérigos e alguns fiéis. Muitos anos antes, em 1940, um grupo de anarquistas tentou assassinar Franco quando este presidia à procissão do Santo Enterro e a Semana Santa sempre deu azo a protestos anticlericais e a gestos contestatários. Foi no Domingo de Ramos que, em 1820, os habitantes de Sevilha destruíram o queimadeiro do Santo Ofício e, em 1892, as cigarreiras da Fábrica de Tabacos mascararam-se de Cristo e da Virgem e fizeram uma recriação burlesca e ímpia das cerimónias pascais. Mais recentemente, noutro gesto subversivo (mas estúpido), um bando de jovens semeou o pânico nas cerimónias de 2017, batendo com barras de ferro no chão para fazer ruídos semelhantes a tiros e explosões e gritando palavras como "ETA" e "Alá é Grande"; entre a multidão em fuga, várias pessoas foram espezinhadas, houve feridos em estado grave. Este ano, e pela primeira vez na história, uma mulher foi escolhida como pregoeira oficial da Semana Santa de Sevilha, mas as cerimónias estão ensombradas por uma nova ameaça: um vídeo divulgado há dias por extremistas islâmicos apela aos seus irmãos de Espanha para que repitam os sangrentos atentados que, em Agosto de 2017, fizeram treze mortos nas Ramblas de Barcelona..Poderosa e excessiva, arrebatadora, contraditória, a Semana Santa de Sevilha combina em doses extremas a devoção e o pecado, as lágrimas e a liturgia, a religião feita espectáculo, a fé autêntica e a superficial crendice, juntando-lhe os piores males: a soberba e o orgulho, a hipocrisia e o classismo, a injustiça terrena, a inveja e vícios vários, todos mortais. Há um momento, porém, em que a esperança renasce. É quando, no final da madrugá, ao raiar da aurora, com os cafés cheios a vender cerveja e nós mortos de cansaço, as cornetas anunciam a chegada à catedral da procissão da Esperanza de Triana, com os seus nazarenos brancos, imaculados, e o Cristo de las Tres Caídas. O Gran Poder já há muito recolheu à sua igreja, onde repousa, mas a Semana Santa prossegue, que a façam por muitos séculos. Termina amanhã, Domingo de Ressurreição, para o ano há mais, assim seja, ámen..Historiador. Escreve de acordo com a antiga ortografia.
Tudo ali é desmesura e excesso. Milhares de pessoas apinhadas em ruas estreitas, formando ajuntamentos que por vezes degeneram em tumulto e pânico, as temidas bullas. Dezenas de confrarias e irmandades, procissões que duram horas, eternidades, e saem das igrejas à madrugada alta. Os andores pesam toneladas, carregados aos ombros por quadrilhas de homens, os costaleros, num esforço sobre-humano que já fez mortes. É assim há séculos. A confraria mais antiga, a do Silêncio, foi fundada em 1340, e desde então Sevilha e a Semana Santa têm assistido a tudo: às lutas entre as grandes casas dos Guzmán e dos Ponce de León, aos tempos áureos do monopólio do comércio com as Índias, aos rigores implacáveis da Inquisição e da Contra-Reforma, às pestes e epidemias trazidas nas águas do Guadalquivir. A mais terrível ocorreu em 1649, a mais lembrada é a de 1800, um surto de febre-amarela que a partir da miséria do bairro de Triana se espalhou por toda a cidade..Há irmandades com nomes curiosos, quase bizarros. Los Negritos, criada pelo cardeal Mena para acolher pessoas de raça negra, e que até ao século XIX só aceitava confrades de origem africana. El Cachorro, fundada por escravos no século XVI, dizendo a lenda que "cachorro" era a alcunha de um cigano moribundo de Triana cujo rosto agonizante serviu de modelo ao santeiro que esculpiu a imagem do Crucificado, o Cristo de la Expiración. Os padeiros criaram Los Panaderos, irmandade precursora na admissão das mulheres, e há uma confraria de estudantes penitentes, das mais numerosas de Sevilha, e outra, Las Cigarreras, cuja capela-mãe fica no edifício da Real Fábrica de Tabacos. A dos ciganos, Los Gitanos, é a mais popular entre músicos, cantores, futebolistas, toureiros, e o manto da sua Virgem, opulentíssimo, foi oferecido em graça pela Casa de Alba. São mais de setenta confrarias: Jesús Despojado, La Amargura, El Amor, El Beso de Judas, Jesús Cautivo y Rescatado, La Bofetá (que evoca a bofetada dada por um quadrilheiro judeu no rosto de Cristo), La Sed, El Buen Fin, El Museo (criada no século XVI pelos ourives de prata), Las Siete Palabras, Quinta Angustia, La Sagrada Mortaja, a onomástica da Semana Santa é um dos seus muitos prodígios, ou não estivéssemos numa época em que até os doces ostentam nomes como huesos de santos ou pasteles de gloria..A Hermandad de la Soledad teve por confrade honorária D. Amélia de Bragança e no seu escudo figuram as armas de Portugal. Em 1909, a rainha compareceu às cerimónias da Semana Santa, e assistiu ao cortejo processional na companhia de seu filho, D. Manuel II, também confrade de honra da Soledad. De todas as irmandades, a mais conhecida é Esperanza Macarena, por razões devotas e profanas, sobretudo musicais. O caudilho Franco foi seu confrade emérito, Eva Perón fez-lhe uma visita histórica em Junho de 1947, mas ninguém sabe ao certo a origem do nome "Macarena", que uns dizem ser latina, outros grega ou mesmo fenícia..Depois há o Gran Poder. Até o nome impõe respeito: Pontificia y Real Hermandad y Cofradía de Nazarenos de Nuestro Padre Jesús del Gran Poder y María Santísima del Mayor Dolor y Traspaso. Conhecem-na mais simplesmente como "Nuestro Padre Jesús del Gran Poder" ou apenas "Gran Poder", mas também lhe chamam "Señor de Sevilla", tal é a devoção que desperta entre as gentes da cidade. Tem mais de dez mil confrades e dois mil nazarenos, que atravessam as ruas vestidos de negro da cabeça aos pés, numa procissão que dura sete horas do mais absoluto silêncio. A da Macarena, sua rival, prolonga-se por treze horas, mas é ruidosa e festiva, quase pagã, com uma banda infantil e um pelotão carnavalesco e kitsch de soldados romanos, sendo gritante o contraste com a gravidade majestosa do Gran Poder. Em rigor não se sabe quando foi criada, se em 1431, pelo conde de Niebla, futuro duque de Medina Sidónia, se em 1477, data de aprovação das suas primeiras regras pelo bispo de Cádis. E só há pouco, por volta de 1920, se descobriu a verdadeira autoria da impressionante imagem de Cristo, com 1,81 m de altura, lavrada em madeira de cedro pelo escultor barroco Juan de Mesa y Velasco. Em 2010, um homem perturbado atacou-a com fúria, golpeou-a no peito e arrancou-lhe um braço, obrigando a cuidadoso restauro..A procissão do Gran Poder sai à rua no momento culminante da Páscoa sevilhana, a longa madrugá de Quinta-Feira Santa. Antecede-a a procissão do Silêncio, sucede-lhe a da Macarena e, para evitar atropelos e confrontos, em 1903 foi estabelecido um encantador rito, que se mantém: quando se acercam a caminho da catedral, os confrades do Gran Poder param e pedem passagem aos irmãos da Esperanza Macarena, que lha concedem solenemente. A essa hora da noite já não se avistam damas com mantilhas nem senhores altivos, agora as ruas de Sevilha são todas do povo e das suas preces. E é tanto o sofrimento que para ali se adivinha que faz condoer a alma mesmo dos mais cépticos, que não acreditam no Padre Jesus e na força do seu Gran Poder. A fantasmagoria das tochas ardentes, o odor e o fumo do incenso, a prata que refulge dos andores, o lento caminhar dos nazarenos, o cansaço acumulado em intermináveis horas de vigília e espera, tudo se conjuga para nos tornar, queiramos ou não, participantes activos no drama da Paixão, e o enigma da Semana Santa sevilhana reside aí, precisamente aí, nessa voluntária ou forçada imitação de Cristo..A coreografia, em todo o caso, é pouco ou nada subtil, até exuberante em excesso, pois sempre estamos em Espanha e, mais ainda, em Sevilha. Pelo seu travo místico e barroco, aquela encenação colectiva de dor, que envolve milhares de pessoas e uma cidade inteira, incomodará certamente os que aí acorrem por meras razões turísticas, e na Semana Santa vêem não mais do que uma atracção etnográfica ou um paradigma de obscurantismo. Ainda assim, foram muitos e muito ilustres os que ao longo de décadas afluíram a Sevilha por alturas da Páscoa. Em 1898, um enviado dos irmãos Lumière fez os primeiros filmes das procissões, que seriam fotografadas em 1935 por Pierre Verger e por Robert Capa e, em 1951, por Brassaï para as páginas da Harper's Bazaar. A Semana Santa foi também motivo artístico e fonte de inspiração para Gustave Doré, Joaquín Sorolla, Francis Picabia, Man Ray e muitos outros. Na companhia de Diaghilev, Stravinski visitou-a em 1921, Michelangelo Antonioni fez romagem à Macarena e incorporou-a num dos seus últimos filmes, Miles Davis recriou a música típica da quadra, a saeta, numa das faixas do álbum Sketches of Spain. Marguerite Yourcenar esteve lá e escreveu sobre isso, García Lorca também, obviamente. Foi em Sevilha, no decurso da Semana Santa de 1977, que o Partido Comunista de Espanha anunciou a sua legalização, facto que causou escândalo entre muitos clérigos e alguns fiéis. Muitos anos antes, em 1940, um grupo de anarquistas tentou assassinar Franco quando este presidia à procissão do Santo Enterro e a Semana Santa sempre deu azo a protestos anticlericais e a gestos contestatários. Foi no Domingo de Ramos que, em 1820, os habitantes de Sevilha destruíram o queimadeiro do Santo Ofício e, em 1892, as cigarreiras da Fábrica de Tabacos mascararam-se de Cristo e da Virgem e fizeram uma recriação burlesca e ímpia das cerimónias pascais. Mais recentemente, noutro gesto subversivo (mas estúpido), um bando de jovens semeou o pânico nas cerimónias de 2017, batendo com barras de ferro no chão para fazer ruídos semelhantes a tiros e explosões e gritando palavras como "ETA" e "Alá é Grande"; entre a multidão em fuga, várias pessoas foram espezinhadas, houve feridos em estado grave. Este ano, e pela primeira vez na história, uma mulher foi escolhida como pregoeira oficial da Semana Santa de Sevilha, mas as cerimónias estão ensombradas por uma nova ameaça: um vídeo divulgado há dias por extremistas islâmicos apela aos seus irmãos de Espanha para que repitam os sangrentos atentados que, em Agosto de 2017, fizeram treze mortos nas Ramblas de Barcelona..Poderosa e excessiva, arrebatadora, contraditória, a Semana Santa de Sevilha combina em doses extremas a devoção e o pecado, as lágrimas e a liturgia, a religião feita espectáculo, a fé autêntica e a superficial crendice, juntando-lhe os piores males: a soberba e o orgulho, a hipocrisia e o classismo, a injustiça terrena, a inveja e vícios vários, todos mortais. Há um momento, porém, em que a esperança renasce. É quando, no final da madrugá, ao raiar da aurora, com os cafés cheios a vender cerveja e nós mortos de cansaço, as cornetas anunciam a chegada à catedral da procissão da Esperanza de Triana, com os seus nazarenos brancos, imaculados, e o Cristo de las Tres Caídas. O Gran Poder já há muito recolheu à sua igreja, onde repousa, mas a Semana Santa prossegue, que a façam por muitos séculos. Termina amanhã, Domingo de Ressurreição, para o ano há mais, assim seja, ámen..Historiador. Escreve de acordo com a antiga ortografia.